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  • Foto do escritorAlexandre Madruga

Com falhas na divulgação, pontos de vacinação extras de Sulacap tem baixa adesão

Posto de saúde não divulgou os novos locais de vacinação e alguns fizeram apenas divulgação em redes sociais próprias, algumas com menos de 200 seguidores

O Dia D de vacinação contra a gripe e sarampo da Prefeitura do Rio, realizada no último sábado (30) foi um fracasso em Jardim Sulacap, principalmente nos quatro pontos de vacinação (PV) extras, abertos pelo Centro Municipal de Saúde (CMS) Prof. Masao Goto: o Parque Shopping Sulacap, Igreja Nossa Senhora de Assunção, Instituto Casa Viva e hipermercado Carrefour. Dois pontos vacinaram idosos e crianças (de seis meses a 4 anos), o CMS Masao Goto, com 320 doses aplicadas das duas vacinas e o Instituto Casa Viva, que aplicou 28 doses. O Carrefour Sulacap vacinou 68 pessoas, enquanto o Parque Shopping Sulacap e da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, vacinaram apenas 20 e 19 idosos, respectivamente.


A população estimada dos grupos-alvo das duas campanhas no território do CMS Masao Goto é de cerca de 4 mil idosos e de 1,6 mil crianças. Como a Secretaria Municipal de Saúde divulgou que no bairro, apenas o CMS Masao Goto teria vacinação, caberia a unidade de saúde local, então, divulgar outros pontos para vacinar no bairro. Mas os pontos extras, com apoio do posto de saúde, não tiveram divulgação da vacinação nem pelo próprio Masao Goto.


O Carrefour nada informou previamente e todos os demais pontos de vacinação extra somente fizeram divulgação na sexta-feira, véspera do evento. O shopping divulgou nas próprias redes sociais e no Sulacap News. O Casa Viva (4.949 seguidores no Instagram) e a igreja (168 seguidores no Instagram e 1.062 no Facebook) somente divulgaram nas próprias redes, ou seja, apenas para o próprio público-alvo e fiéis, respectivamente. Apesar dos perfis das redes sociais destes serem públicas, ambos tem em sua grande maioria apenas seguidores participantes ou de interesse. O público em geral (a imensa maioria dos moradores e público-alvo da vacinação no bairro), não segue a instituição filantrópica ou a instituição religiosa, por não fazer parte integrante e nem participar de nenhuma delas, diretamente. Talvez por isso, a baixíssima vacinação em ambos os pontos.


Como o Casa Viva é voltado para uma comunidade local, na Nogueira de Sá, coube a principal instituição reliogiosa católica, dividir a vacinação do Jardim Sulacap com o Masao Goto e o shopping. Pela praticidade de estacionamento e proximidade, muitos moradores poderiam preferir comparecer a Nossa Senhora de Assunção, mas a igreja, mesmo sabedo que seria ponto de vacinação quase uma semana antes da data, somente divulgou o Dia D apenas nas próprias redes sociais (restrita a 1.230 seguidores - e fiéis - no total) e, de acordo com paroquianos, também aconteceram avisos durante missas aos fiéis presentes a cerimônia religiosa. Ou seja, quem não segue as redes sociais da paróquia e não frequenta a igreja, ficou sem saber do Dia D de vacinação.


A falta de comunicação da igreja não foi problema para alguns seguidores que comentaram nas redes sociais do Sulacap News.


"A igreja com certeza não teve a intenção de vacinar somente os fiéis. Durante as missas e na página da paróquia foi divulgado sobre a vacinação e o padre pediu para q os fiéis divulgassem a informação". - Nattaly Melo.

"Foi divulgado nas missas, nas páginas da Paróquia, sem contar o maior meio de divulgação até hoje, o famoso boca a boca. Se notícia boa corresse nesse bairro, igual corre fofoca, (...) nossa população seria muito melhor atendida". - Marco Moreira.

"Se era dia D para tal campanha a divulgação deveria ser feita pelos órgãos competentes por isso. Lembrando que a igreja somente disponibiliza o espaço. Divulgar e função da prefeitura e posto de saúde". - Fabiane Cavalcanti.

"Mas de quem era a responsabilidade de informar sobre a campanha de vacinação? Era da secretaria de saúde ou da igreja? Não acho justo direcionar a insatisfação pelo mau serviço público e falta de comunicação da secretaria de saúde para a igreja. Nem sou católica e nem frequento a igreja. Apenas não acho justo isso. Lamentável!". - Gabi Fernandes

"A Paróquia Nossa Senhora da Assunção, na figura do padre, que fez um serviço à população ao informar nas missas sobre a vacinação, exercendo o papel da igreja, que é assegurar o bem estar da comunidade". - Kássio Geraldo.

"Primeiramente a paróquia não é posto de saúde e não tem ligação com a secretaria de saúde, quem tem que fazer divulgação de forma aberta a secretaria de saúde e as mídias (como vocês). O Padre e a paróquia devem preocupar-se com as celebrações das missas e com a vida espiritual se seus fiéis. Além disso foi feito sim divulgação nas missas e pelo Facebook da paróquia, que é um meio sem restrições, os senhores quando vão divulgar algo usam suas mídias sociais, assim como a Igreja usou, ou seja, no mínimo é hipocrisia falar que não foi feito divulgação e que essa divulgaçãofoi restrita". - Guilherme Cunha.

No entanto, a falta de comunicação foi percebida pelos moradores das imediações da Nossa Senhora de Assunção, principal igreja e ponto de referência do Jardim Sulacap, e reclamaram da falta na divulgação.

"Uma pena que não tenham usado meios de divulgar este evento, que beneficiaria muitos moradores idosos. Não soube desta campanha na igreja" - Andréa Cordeiro, 55 anos, empresária.

"Tem que ter comprometimento com a sociedade sim, agora mais reclusa também não sabia, qdo eu sei de qq informação eu coloco pra todos, mas isso tem que ser função de todos, isso é papel de cristão de qualquer espécie, vamos ajudar o próximo, até porque qdo se abre uma ampola se não for usada vai para o lixo" - Ana Luiza Pazó, 47 anos, empresária do bairro, onde mora desde que nasceu.

"Eu sou católica e não tenho dificuldades em reconhecer que houve uma falha da igreja. Eu moro no bairro, não participo da missa e não estou nas redes sociais da paróquia, não tenho direito a essa informação como moradora do bairro? O governo divulga que vai haver a vacinação, divulga os horários e postos de saúde, se por algum motivo teve em outros lugares como neste caso, a Paróquia do bairro, acho importante sim a mesma fazer a divulgação, não somente entre os fiéis, mas para toda comunidade,isso é coletividade. A vacina é para todos" - Ana Lúcia Barros, 52 anos, Consultora Óptica.

"Eu não sabia e fiquei mto chateada; Porque estava chovendo o dia inteiro, e estava sem carro. Para mim teria sido super prático [ir na igreja], na esquina da minha casa". - Andréa de Arruda, 47 anos, representante comercial.

"No meu ponto de vista, campanha nacional de vacinação - Dia D, tem que divulgação em massa, dos postos de atendimento e do horário de funcionamento. Errou o Posto Masao Goto, errou os postos que não comunicaram a Amisul, aos grupos existentes no bairro, para que a divulgação atingisse a todos", moradora pediu para não ser identificada.

Nem a associação de moradores de Sulacap, recebeu qualquer informação dos pontos extras de vacinação, para ajudar na divulgação.

"Eu soube da campanha de vacina na Igreja quando vi a postagem do Sulacap News. Fiquei bem decepcionada por não termos tido a oportunidade de divulgar. Ontem (sábado) mesmo tinham moradores daqui dos arredores da Mário Saraiva perguntando se tinha vacina no posto e mal sabíamos que teve aqui na nossa esquina. Quando teve campanha da vacina contra Covid no shopping a diretora do Masao Goto nos avisou e divulgamos, mas realmente a Amisul não foi avisada". - Renata Almeida, presidente da associação de moradores.

Em 2019, o Brasil perdeu o certificado de país livre do sarampo, devido ao aumento do número de casos no país. Para a professora de Imunologia da Universidade de BRasília, Anamélia Bocca, é necessário focar nas divulgação adequadas das campanhas de vacinação:

"Em 2018, tivemos um movimento mundial de retorno do sarampo. O precisamos são campanhas de vacinação com propaganda adequada para que as crianças possam ser vacinadas. Nos últimos três anos, quase não ouvimos falar delas".

Entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, o Rio passou por um surto de gripe. Somente na primeira semana de dezembro, foram registrados mais de 21 mil casos. O baixo índice de vacinação contra a gripe e o relaxamento dos protocolos de segurança relacionados à Covid-19 colaboraram para o aumento de 429% nos atendimentos por síndrome gripal nas unidades de pronto atendimento (UPA) do Rio.

“Como o vírus não circula há dois anos devido à prevalência do Sars-CoV-2, a proteção natural que as pessoas tinham foi caindo. Aí ele surpreendeu essa população desprotegida. Associado a isso, houve uma baixa adesão à vacina da gripe, que atingiu 53% da meta, que deveria ser de, no mínimo, 70%”, esclarece o infectologista Alberto Chebabo.

Especialistas apontam diversas causas pela queda de vacinação. Além da falta de comunicação adequada e desinformação, também a falta eventual de imunizantes, horários de funcionamento de postos de saúde incompatíveis com a rotina de trabalho dos pais e até mesmo o movimento antivacina.


Para a área de abrangência do CMS Masao Goto e dentro público-alvo do calendário atual, ainda faltam vacinar mais de 500 idosos e 1,6 mil crianças. Segundo a SMS, ambas as campanhas de vacinação, contra a influenza e contra o sarampo, seguem até o dia 3 de junho nas unidades de atenção primária. O calendário com as datas específicas para os diferentes grupos atendidos na campanha da influenza está disponível no site e nas redes sociais da SMS-Rio.


O espaço segue aberto para os citados, caso queiram se manifestar.


Foto: Secretaria Municipal de Saúde

 

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