top of page
  • Drª Dolores Silva - Pediatra

PEDIATRIAnews | Síndrome mão-pé-boca: o que é e como lidar


Tenho visto muitas mamães compartilhando informações sobre a síndrome mão-pé-boca. Pudera! Estamos vivendo uma época de aparecimento de muitos casos da doença, e as famílias ficam bastante preocupadas com a ocorrência da síndrome nos seus pequenos.

Porém, muitas vezes as informações compartilhadas são desencontradas ou alarmistas, e por isso resolvi compartilhar com vocês algumas informações mais específicas.

A síndrome mão-pé-boca é uma doença causada por um vírus chamado Coxsackie e pode ocorrer tanto em adultos como em crianças, mas é nessas últimas que a doença é mais prevalente.

A manifestação clínica mais comum é a presença de vesículas e/ou aftas nas regiões da orofaringe, mãos e pés (daí o nome da doença), mas também podem ocorrer vesículas na região da virilha, nádegas e genitália. Em alguns casos, as lesões ocorrem apenas em uma ou duas localizações, não precisando necessariamente estar presentes nas mãos, boca e pés para realização do diagnóstico.

As lesões são caracteristicamente dolorosas, muitas vezes impossibilitando que a criança se alimente ou mesmo consiga ingerir líquidos. Outras alterações que podem estar presentes incluem febre (durante 24-48 horas), prostração e dor de garganta.

Na imensa maioria das vezes, a doença é benigna e resolve espontaneamente dentro de 7 a 10 dias, sem maiores intercorrências. Alguns casos raros podem evoluir com meningite viral, portanto, atenção ao nível de consciência da criança e a presença de manifestações atípicas, como sonolência excessiva ou dor de cabeça importante, são importantes para o diagnóstico da forma complicada da doença. Outras complicações, como miocardite (inflamação do músculo cardíaco) também são bastante raras.

O tratamento consiste no uso de analgésicos comuns, como paracetamol e dipirona para o tratamento da febre e da dor, e hidratação oral vigorosa. Oferecer alimentos e líquidos gelados também ajuda a aliviar o desconforto. Observação importante deve ser feita em relação aos pacientes que não estão aceitando líquidos, pois eles podem desidratar e necessitar de hidratação numa unidade de saúde.

As lesões da mão e pé são contagiosas enquanto estiverem presentes. Portanto, pessoas com a doença devem ser afastadas do ambiente escolar e do trabalho enquanto durarem as lesões. Lembrando que o vírus pode ser transmitido por semanas após o quadro através do contato com as fezes, então, os cuidados de lavagem das mãos após a higiene de crianças e adultos que tiveram a doença devem ser mantidos com maior atenção durante esse período, principalmente em locais de grandes aglomerações de crianças, com creches e escolas. Um cuidado que, convenhamos, nunca é demais né?

Até a próxima semana!

Referências bibliográficas: Nervi, SJ. Hand-foot-mouthdisease. Disponível em https://emedicine.medscape.com/article/218402-overview. Acesso em 26/03/2018.

Imagem retirada do site https://ipc.digital/atencao-para-a-epidemia-da-doenca-mao-pe-boca-e-rs-virus/ em 26/03/2018.

Ajude a manter vivo o Jornalismo Local

Pedimos sua contribuição para mantermos um jornalismo profissional, valorizando informações qualificadas, contra fake news e dando voz a nossa região. Somente com seu apoio e ajuda financeira, conseguiremos continuar trabalhando para todos vocês, que confiam na nossa missão.

PSS - banners sulacap-06.png
bottom of page