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  • Foto do escritorAlexandre Madruga

Jardim Sulacap completa 73 anos de vida


Cercado por montanhas, encravado no coração da zona oeste está o Bairro do Jardim Sulacap, bairro nobre do subúrbio carioca e que faz jus ao seu primeiro nome: Jardim. Fundado em 25/01/1945, seu nome tem origem em loteamentos empreendidos pela empresa Sul América Capitalização (Sulacap).

Segundo o Blog Jardim Sulacap, Bairro Sustentável, o bairro Jardim Sulacap é um exemplo vivo do conceito de bairro jardim muito bem adaptado às condições de pessoas da classe média. Os bairros jardim buscavam criar um ambiente mais harmônico unindo a natureza e o ambiente construído. As paisagens naturais deveriam aparecer nos espaços urbanos (praças, parques, jardins, canteiros) e nos quintais das casas jardins. As novas cidades jardim eram implantadas dentro de cinturões verdes de áreas naturais e agricultáveis, florestas, pomares e bosques. Assim, entre a década de 1940 e 50, o bairro foi planejado e implantado dentro de um cinturão verde de áreas naturais e campos agrícolas. Entre a antiga Estrada Real de Santa Cruz (atual Avenida Marechal Fontenelle) e o Maciço da Pedra Branca, nasceu o “Jardim Sulacap” na região da lendária Fazenda dos Afonsos. Conforme documentos sobre a urbanização, a empresa Sul América reuniu vários técnicos de renome. Engenharia, arquitetura e urbanismo em harmonia, visando, evidentemente, garantir que os moradores pudessem viver junto à natureza sem abrir mão dos benefícios urbanos. O projeto inicial cobria uma área de seis milhões de metros quadrados (600 hectares), com 69 logradouros, sendo 45 ruas (com quase 428 mil m² de área) e 21 praças, parques e jardins com com 97.538,93 m² de área (Fonte: Diário Oficial da União, Relatório da Sul América de 5/4/1947, p. 4628; DOU, Relatório da Sul América de 22/03/1949, p. 4173).

Hoje em dia, o conceito urbanístico de cidade jardim foi reinventado em conceitos para bairros sustentáveis. Na década de 1940, não existia o conceito de desenvolvimento sustentável e a questão ambiental não estava na pauta do governo. No Jardim Sulacap, podemos identificar alguns princípios de urbanismo sustentável:

• A primeira construção foi o centro de bairro no quadrilátero das ruas Olímpio de Castro, Fernandes Sampaio, Teodoro Sampaio e Praça Mário Saraiva. O centro do bairro integrava residências, locais de trabalho e atividades comerciais e de recreação em um só lugar. Várias casas para os militares foram construídas no entorno do centro do bairro. Moradia, trabalho e lazer próximo permite que tudo possa ser feito a pé ou de bicicleta, com qualidade de vida e em equilíbrio com a natureza. Essa era uma realidade rara na época, uma boa maneira de se viver melhor. Outros pontos, com prédios com andares de cima para moradia e lojas comerciais no térreo, foram projetados para permitir aos moradores acesso rápido à área comercial, dentro de uma distância caminhável, reduzindo a necessidade de usar carros.

• As ruas e calçadas largas e rápidas foram planejadas para garantir a fluidez e segurança dos veículos motorizados e das pessoas, favorecendo os serviços de entregas de mercadorias para abastecer o comércio local e o transporte público; ruas e calçadas mais estreitas, arborizadas, sem grandes declives e degraus torna o caminhar mais seguro, agradável, incentiva o silêncio e reduz os efeitos de ilhas de calor. A preocupação com a mobilidade urbana aparece também em algumas ruas sem saída, onde foi empregado o sistema de cul-de-sac, que é um balão de retorno que facilita a manobra dos carros.

• Para garantir qualidade de vida no bairro, foram planejados e implantados vários pulmões verdes: Praças de conforto, que são verdadeiras ilhas ou pequenos pulmões verdes, oásis de tranquilidade acessíveis em uma distância que permite ir a pé. Clima bucólico, sensação de proximidade com a natureza, além de promover bem-estar, as praças oferecem oportunidades de encontros e valorizam o bairro. Algumas praças, como as do centro do bairro, se concentram os usos cívico-culturais, comerciais e de lazer e o maciço da Pedra Branca que abraça o bairro faz o papel de cinturão verde previsto nas cidades jardins.

Assim, na década de 1940-50, antes da definição de urbanismo sustentável, foi criado um novo jeito de viver, harmonioso entre engenharia, arquitetura e a natureza, em um diálogo amigável com pessoas e meio ambiente. No Rio, não era comum existir um projeto onde todas as funções estavam previstas. (Fonte: Blog Jardim Sulacap-Bairro Sustentável). Em 1963, no dia da inauguração da Escola Visconde de Porto Seguro, o então governador Carlos Lacerda, disse que Jardim Sulacap era um dos bairros “mais simpáticos, mais acolhedores e progressistas do Rio de Janeiro”, um lugar que a família poderia “viver, morar e conviver”. Para o governador, “o bairro Jardim Sulacap era um ponto de referência na Guanabara (atual Cidade do Rio de Janeiro) de como era possível organizar a população com seus próprios recursos e, através da iniciativa privada, chegar às soluções felizes, como a que a Sulacap tinha adotado”(Fonte: AGCRJ – Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro).

Nas últimas décadas o bairro tem experimentado um grande crescimento urbano, com consolidação do comércio e indústria de serviços. As forças armadas, sobretudo a FAB, são responsáveis por uma vila residencial no bairro que abriga alguns militares do Campo dos Afonsos. Nele situa-se ainda a Academia de Polícia Militar Dom João VI (Escola de Formação de Oficiais), o CEFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o cemitério parque Jardim da Saudade e o supermercado Carrefour.

Também é um dos poucos do Rio de Janeiro que conta com uma Igreja Anglicana sem ter relação nenhuma com imigrantes ingleses, uma igreja razoavelmente antiga que conta com mais de meio século de existência.

Em 2013 ganhou uma unidade da Universidade Estácio de Sá e o Parque Shopping Sulacap. Três anos depois, o corredor expresso Transolímpico, com a sede da concessionária ViaRio sendo no bairro, na estrada do Catonho.

ARMAZÉM DE DADOS

De acordo com o portal da Prefeitura do Rio, no link Armazém de Dados, Jardim Sulacap está localizado na região que pertencia à antiga fazenda dos Afonsos, tem como origem o projeto de arruamento e loteamento do “Jardim Sulacap”, feito em 1951, de propriedade da “Cia Sul América Capitalização S.A.”, junto a estrada Intendente Magalhães e ao Campo dos Afonsos. Atravessado pela avenida Alberico Diniz e pela estrada do Japoré - que interligam Marechal Hermes a Realengo -, Jardim Sulacap é predominantemente residencial e sua população é formada, em sua maioria, por famílias de militares. Jardim Sulacap possui três praças principais e dá acesso a Jacarepaguá pela estrada do Catonho, que percorre a área montanhosa no vale entre as serras do Valqueire e do Engenho Velho. Nele situa-se o cemitério Parque Jardim da Saudade, o primeiro do gênero no município e no Brasil. A empresa General Shopping do Brasil está se preparando para construir um shopping no bairro, que deverá se chamar “Sulacap Shopping”, em área de 60 mil m2, somando-se ao hipermercado “Carrefour” já existente. Junto a Sulacap ficam a Academia de Polícia Militar Dom João VI, a Universidade da Força Aérea e instalações militares. Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

CONCURSO DE FOTOGRAFIAS DO BAIRRO

O Sulacap News fez dois concursos de fotografias do bairro. Vejam as fotos nos links abaixo:

*Texto originalmente publicada na rede social (@jardimsulacapamigos), mas a publicação com pequenas adaptações

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