EDITORAL | Moradores de condomínio em Sulacap tentam CENSURAR o trabalho da imprensa local
Quando a gente pensa que os anos de chumbo passaram, vivemos num país democrático e que temos a imprensa livre, fatos do cotidiano nos mostram moradores ainda atrelados ou abraçados as táticas de políticos de outrora ou até a famigerada ditadura, sepultada no século passado. E, em pleno 2023, ainda se vê moradores simplesmente querendo CENSURAR, assim mesmo em caixa alta, uma matéria jornalística publicada pelo Sulacap News. Além de ser vergonhoso, é digno de pena, seja pela inocência (ou maldade) do ato e até desconhecimento das leis que nossa bela democracia nos proporciona.
A matéria em questão é a invasão realizada por baloeiros ao Condomínio da Rua João da Costa em Jardim Sulacap. Alguns dos moradores tiveram a ideia de fazer contato com a redação do Sulacap News e "sugerir" a retirada do vídeo pois "foi enviada sem autorização e consenso dos moradores, logo não pode ser divulgada". A princípio o pedido de CENSURA vem com educação, cordialidade, mas quando há a (óbvia) negativa, a conversa passa a ter ameaças e/ou ofensas pela recusa da CENSURA.
A matéria (ou a vídeo reportagem) usa imagens entregues por uma fonte, que obviamente não iremos identificar pelo nosso direito de sigilo da fonte, garantido em Lei. Nas imagens, apenas do lado externo da referida rua, mostra vândalos invadindo e danificando o portão do condomínio. Uma matéria de interesse público, de segurança pública que mostra como invadir qualquer residência/condomínio, apesar de crime, não causa temor a um bando de arruaceitos e, no caso, bandidos pois cometeram crime.
A matéria (ou a vídeo reportagem) se atém a verdade dos fatos, narrados de acordo com as imagens, contando toda a verdade da situação que passou o referido condomínio. São apenas imagens da rua e do bando, relatando a verdade dos fatos. Não há interpretação, opinião ou algo do gênero.
Você tem todo direito de não concordar com uma reportagem, mas isso não lhe dá direito de tentar censurar uma reportagem jornalística ou ameaçar/ofenser um jornalista no seu livre exercício profissional.
Mas então, por que alguns moradores do condomínio assediaram esse jornalista pedindo a CENSURA da reportagem?
Perguntamos e respondemos: melhor culpar o mensageiro do que assumir os próprios erros, equívocos que poderiam evitar a invasão de um bando de gente, se é que seria possível evitar que tantas pessoas simplesmente "passassem por cima" de qualquer um para pegar um balão. São vândalos, bandidos e merecem ser punidos, e não a veiculo de imprensa, o jornalista ou a matéria que informou meramente os fatos.
Nos resta apenas a indignação pela tentativa de CENSURA e, avisar que o trabalho da imprensa livre faz bem a sociedade e tentar esconder fatos, não é democrático. CENSURA NÃO!
Para finalizar uma parte do discurso da Ministra do Supremo Tribunal Federal, que citou um provérbio popular, mas que sentencia toda essa tentativa de CENSURA e finaliza esse editorial:
"Cala-boca já morreu. (O exercício de uma imprensa livre) não como poder, mas como uma exigência constitucional para se garantir a liberdade de informar e do cidadão ser informado para exercer livremente a sua cidadania. Não há democracia sem uma imprensa livre. Não há democracia sem liberdade. Ninguém é livre sem acesso às informações”.
CENSURA MORREU!
Que ela e quem ainda tenta usá-la, que passem bem (longe).
Obrigado (por nada)!
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