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  • Danny Reis

A prática terapêutica do Renascimento


O fôlego de vida sempre foi caracterizado como o ato de respirar. Segundo as culturas mais antigas, a respiração é o ato sublime da existência desde a origem da humanidade. Logo, respirar é existir, é sobreviver, contudo, respirar corretamente é viver uma vida plena e abundante.

É a respiração controlada que dá ao atleta experiente a segurança de atuar com maestria em sua modalidade esportiva. Por exemplo, você se lembra da jogadora de basquete Hortência quando lançava suas bolas nas cestas? Ela se concentrava, fazia algumas embaixadinhas, focava na cesta, respirava bem fundo e lançava a bola, ela errava raramente. É a respiração controlada que faz com que um mergulhador tenha êxito em sua missão no fundo do mar, pois, enquanto ele respira corretamente ele vive, do contrário ele morre. É a respiração controlada que permite aos pilotos de aeronave de combate não perder a consciência durante suas missões e treinamentos. É também respirando que controlamos o choro de uma criança assustada ou até mesmo quando superamos uma adversidade e nos levantamos depois de muitas quedas e provações.

Por causa de nossa vida agitada não percebemos quantas vezes respiramos por dia. Também não notamos quantas oportunidades de respirar melhor perdemos por sermos pressionados pelas muitas atividades que nos rodeiam.

A Terapia do Renascimento chegou no Brasil através de um congresso Internacional de Psicologia em 1985 e tem sido praticado por inúmeros terapeutas, psicólogos e profissionais da área de saúde. Desde então, aqueles que a praticam têm alcançado inúmeros resultados. Tais benefícios foram relatados pelos praticantes: regulação intestinal e do humor, melhora e qualidade do sono, atua no combate à ansiedade, estresse e fobias, comportamentos depressivos, superação de traumas, inclusive o do nascimento, entre outros.

O termo “Renascimento” possui como característica uma sensação de ter nascido de novo devido aos benefícios alcançados por aqueles que a praticam. Mais uma característica que deu origem a este termo é a respiração circular, um estilo respiratório sem pausas, que se assemelha a respiração do bebê recém-nascido.

A prática do Renascimento no modelo terapêutico não tem vínculos religiosos ou místicos como alguns podem pensar, sendo uma técnica de respiração circular consciente e assemelha-se à prática da meditação e relaxamento.

Embora seja milenar, a prática terapêutica de respiração ainda não possibilitou o registro de todos os benefícios e experiências positivas que os praticantes possam ter, pois, a cada dia surge uma nova experiência e um novo depoimento. Estudiosos pelo mundo estão em todo o tempo estudando os benefícios desta prática e catalogando em artigos e livros, evoluindo a prática e criando novas variações. Eu, da mesma forma, venho praticando e colhendo inúmeros depoimentos constantemente.

Todo padrão comportamental está atrelado a um padrão específico de respiração e existe uma fisiologia que rege todo esse contexto. Se estamos tristes, respiramos com tristeza. Se estamos ansiosos, a respiração é curta e angustiante. Quando recebemos uma boa notícia ou somos elogiados, introduzimos inconscientemente o padrão respiratório do bem-estar.

Os neurotransmissores, por sua vez, são liberados de acordo com situações específicas atreladas ao padrão respiratório compatível ao comportamento presente. Se nos estressamos, nosso cérebro libera cortisol e baixa o nível de serotonina. Quando estamos amando ou abraçando alguém por mais de 30 segundos, o cérebro dispara ocitocina. Logo, percebemos que existe uma conexão entre respiração e comportamento. Por isso, quando alguém está em pânico, por exemplo, o mais indicado no momento é respirar fundo e tranquilamente, pois, alterando a respiração, altera também a fisiologia e o comportamento, e novos comandos cerebrais disparam outros neurotransmissores.

Não temos o poder de decidir o que vamos ou não sentir, mas temos a prerrogativa do que fazer com aquilo que sentimos, ou seja, você pode decidir continuar sendo controlado pelas suas emoções ou assumir o controle de tudo que há dentro de você. E para isso basta respirar corretamente.

A proposta do Renascimento vai além de uma prática terapêutica. Ela permite que o indivíduo tenha autonomia sobre suas emoções e, ao ter autocontrole, expandir as possibilidades, realizando sonhos antes bloqueados, enxergando o mundo com outros olhos, dando sentido a todas as coisas, renascendo. Danny Reis é Teólogo, Pós-Graduando em Neurociências pela UFRJ e Renascedor.


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