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  • Andressa Gonçalves - Estudante de Design de

CINEnews | Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo ao Cinema!


Com batidas envolventes e letras fortes, não foi surpresa para ninguém quando o grupo pop sueco ABBA fez sucesso. Contudo, a banda deu um grande salto ao ir do domínio das paradas de sucesso musicais para os palcos da Broadway.

Em 1983, Judy Craymer teve a ideia de fazer um musical, enquanto trabalhava com as componentes do ABBA, Ulvaeus e Andersson, em outro projeto. Após ouvir 'The Winner Takes It All', Craymer contou-lhes que a canção tinha um grande potencial narrativo e que este poderia ser melhor explorado e em maior escala, no formato de musical.

16 anos mais tarde, Mamma Mia!, o musical, era produzido em Londres e desde então não parou mais, ganhando também versões na Broadway, Paris, e em vários lugares do mundo, incluindo São Paulo.

Após o sucesso estrondoso na Broadway em 2001, começou-se a pensar que a obra poderia também ser beneficiada em uma versão cinematográfica, que acabou sendo de fato realizada e foi às telonas em 2008, tendo como seu predecessor teatral, grande aprovação do público e da crítica.

Assim foi a história de Mamma Mia! por muitos anos, até que em 02 de agosto deste ano, um novo capítulo introduzido à história: Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo.

Sempre que uma obra de sucesso anuncia que lançará uma continuação, isso costuma causar desconfiança em seu público fiel. Isso porque temos a ideia de que "o que já é bom, não tem como ficar melhor". Mas em alguns casos, tem sim.

Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo é um filme tão leve quanto emocionante e utiliza com propriedade todos os recursos que tem a sua disposição.

Um primeiro ponto que vale a pena comentar é a escolha acertada do elenco, tanto do primeiro filme, quanto deste, o mais recente. Apesar dos atores que representam os personagens Harry, Bill e Sam em sua juventude não parecerem muito fisicamente com suas versões mais maduras, é incrível a química, interação e conexão que os atores tem uns com os outros e que passam ao espectador, que sai da sala de cinema acreditando piamente que todos se conhecem há um bom tempo.

Falando na comparação das versões mais jovens e mais maduras, temos uma falha que talvez passe despercebida por quem assistiu Mamma Mia! há algum tempo. No primeiro filme da franquia, Donna mostra três fotos de sua juventude, cada uma com um dos possíveis pais de Sophie, sua filha. Quando comparamos tais imagens com as versões mais jovens apresentadas no novo filme, vemos grandes diferenças. Pegue por exemplo o personagem Harry, representado originalmente por Colin Firth; no primeiro filme, sua versão mais jovem é apresentada com maquiagem e roupas pretas, características dos grupos punk/gótico dos anos 80. Já no novo filme, sua versão jovem usa apenas uma jaqueta de couro, que em nada lembra a anterior. Inclusive na personalidade parece haver mudanças no personagem Harry, já que no primeiro longa, Donna comenta em uma cena que ele tinha uma banda, era 'rockeiro' e que eles viajaram pela Europa indo a shows de rock e se apresentando, no novo longa não vemos nenhum resquício de tais características.

Outra questão que também deixa um pouco a desejar, são alguns furos na narrativa, como o fato de que Donna, assim que chega à Grécia, vai morar em uma casa 'abandonada'. Não se explica como ela sabia que a casa estava ali e disponível, nem ninguém vai importunar Donna para pagar aluguel ou algo do tipo, ela simplesmente "vai ficando" na residência que, apesar de supostamente abandonada tem um cavalo em seu estábulo. Quando a proprietária da casa finalmente é revelada, esta mais parece uma tentativa desesperada do roteiro de atar uma ponta solta, do que de fato de explicar alguma coisa, pois, mesmo após a revelação, toda a situação continua parecendo um tanto quanto irreal.

Fora pontuais falhas no enredo, o filme é de uma magia contagiante. Donna continua encantando nossos corações e a interpretação da super carismática Lily James só nos faz amar mais ainda essa personagem tão querida. Em Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo você pode esperar tudo o que a franquia tem de melhor: músicas dançantes, uma ligação fenomenal entre os sucessos do ABBA e o roteiro, cenários de tirar o fôlego e a mistura perfeita entre leveza e emoção (ATENÇÃO: Vá preparado, pois perto de terminar, a película exibe uma cena com Meryl Streep que até quem não costuma chorar em filmes provavelmente chorará - ainda mais se você assisti-lo com sua mãe... Fica aqui o conselho de amiga).

As transições entre passado e presente também são sutis e espetaculares, geralmente ocorrendo em momentos parecidos da vida de Sophie e Donna, para mostrar ao público a forte ligação que une as duas. A participação de Cher também, posso adiantar, é tudo o que se espera e mais um pouco: esplendorosa e divina. Já na primeira aparição somos arrebatados pela cantora e ficamos com um gostinho de 'quero mais' sobre a história da matriarca da família Sheridan (seria esta uma oportunidade para um possível Mamma Mia 3?).

O filme é imperdível para todos que quiserem sair um pouco da realidade e viajar por belas paisagens gregas (e algumas europeias) sem sair do país.

Este filme ganhou 3,5 de 5 Pipocas:

Porque a magia do longa nos contagia de tal forma que, mesmo percebendo erros, você está tão encantado e preso na história como um todo, que prefere esquecê-los.

Andressa Gonçalves é Colunista de cinema por paixão. Estudante de Design de Interiores por opção. E futura jornalista por vocação. Escrevo também para o Expedição Musical, Portal Mais Pop, Indieoclock e James Bay Brasil. Contato: miss.gonc00@gmail.com

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