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  • Foto do escritorAlexandre Madruga

PSICOnews | Testes Psicológicos


No último domingo tivemos veiculado em um famoso programa de televisão a utilização de um teste psicológico para avaliar o recurso da autora de um crime que chocou o país anos atrás. A maneira como as informações foram apresentadas causou grande incômodo aos profissionais da área de saúde, principalmente os psicólogos, justamente por saberem da complexidade que se esconde sob esse tema quase sempre alvo de muita curiosidade e observação. A reação veio de imediato com uma nota de repúdio do Conselho Federal de Psicologia à emissora no sentido de esclarescer alguns pontos fundamentais e essenciais da ética e da prática profissonal do psicólogo habilitado para desenvolver, aplicar e interpretar os famosos testes psicológicos. Assim diz a nota: " O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro vem a público manifestar repúdio à reportagem veiculada no último domingo, 17 de junho, no programa Fantástico, da TV Globo, sobre o teste de Rorschach aplicado em Suzane von Richthofen, encarcerada em regime fechado há 16 anos pelo assassinato de seus pais em São Paulo. Na referida matéria, é feita não apenas uma exposição indevida e inadequada das Pranchas de Rorschach – um importante teste projetivo de uso privativo das (os) profissionais de Psicologia –, como também são divulgados, de forma antiética e sensacionalista, trechos do laudo psicológico de Richthofen. 

O CRP-RJ reforça que todo o registro documental resultante da prestação de serviços psicológicos é de natureza confidencial e sigilosa, cabendo à (ao) psicóloga (o) a guarda desse material. Ainda, vale ressaltar que o Código de Ética da (o) Psicóloga (o) – veja mais abaixo – proíbe a publicidade do conteúdo proveniente de serviços psicológicos, estando a (o) psicóloga (o) que assim o fizer passível de sofrer sanções éticas. – “Art. 2 – Ao psicólogo é vedado: q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações”. – “Art. 9 – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.” " Não é de hoje uma espécie de polemização com o uso de testes psicológicos por pessoas não habilitados, até mesmo por profissionais de outras áreas de formação. Portanto, e necessário deixar claro ao caríssimo leitor alguns pontos indispensáveis para que não nos deixemos enganar quando o assunto é o teste psicológico. De acordo com a resolução do CFP.002/2003, os testes psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo em decorrência do que dispõe o parágrafo 1° do artigo 13 da lei n°4.119/62 Além disso, devemos entender que os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportanento e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas emoção/afeto, cognição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção, memória, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumenntos. De modo geral e não menos importante, é necessário também deixar claro a diferença entre teste e avaliação psicológica. O teste é um processo diferenciado cuja fonte de informação são os testes psicológicos de diferentes tipos, cada um construido da partir de uma metodologia cientifica e adequada. Já a avaliação consiste num processo mais amplo que envolve integração de informações, proveniente de diversas fontes, dentre elas testes, entrevistas, observaçãoes e análise de documentos. Convido portanto ao caro leitor a ter uma visão crítica e não aceitar "gato por lebre", como dizem no ditado popular. Ao passar por algum teste ou avaliação psicológica, certifique-se da presença do profissional devidamente habilitado, no caso o psicólogo. Questione sempre as condições e o objetivo da aplicação desses instrumentos. E saiba acima de tudo que o teste é apenas um instrumento. Ele não substitui uma conversa franca e uma entrevista olho no olho com o profissional. Caso você tenha alguma dúvida sobre o assunto, entre em contato pelo e-mail Contato@fredexplica.com.br ou por nossos canais @ofredexplica (facebook e instagram) Um grande beijo e até a próxima! 

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