Pegar cobra que entra em casa virou especialidade para moradora de Sulacap
Poderia ser uma cena na selva, mas é apenas uma moradora que recolhe cobras que invadem sua residência. No bairro desde 2013, a empresária Simone Renault, 43 anos, já se acostumou a ter visitas ilustres em sua casa. Como mora perto de um dos vários morros que cercam o bairro, rotineiramente vê animais entrarem no quintal e até dentro de casa. Águias, micos, sapos, lagartos e até cobras costumam aparecer e ela já se especializou em receber os visitantes. Num bairro tão rico de matas, rotineiramente os moradores convivem com animais nos espaços urbanos.
Quem mais aparece na casa da empresária é uma jiboia. Pensa que Simone chama os Bombeiros? Enganam-se. "As crianças já estão acostumadas, tenho várias fotos. Só tenho receio quando não é jiboia. Só uma vez apareceu uma cascavel. Se alguém te ligar por causa de jiboia, pode me chamar que eu vou tirar. Deixa os bombeiros fazerem coisas mais importantes", avisa ela, que apesar de uma gata e 11 cachorros que tem, jamais houve algum incidente. Ao contrário, até "posaram" todos para foto.
Mas essa cordialidade não é algo normal entre animais domésticos e selvagens. A veterinária Juliana Manes ressaltou que têm inumeros atendimentos no bairro de Sulacap, especialmente de jiboias que atacam gatos. "Recentemente recebemos no consultório uma gata em coma que foi retirada do estrangulamento de uma jiboia filhote, após um grande trabalho de reanimação conseguimos trazê-la de volta à vida, mas uma outra gata da mesma família foi atacada anteriormente e não conseguiu escapar", falou a médica.
Segundo a veterinária, as jibóias não são cobras peçonhentas (não têm veneno), o perigo é que têm uma musculatura muito forte e matam as presas por estrangulamento pra depois engolir, graças ao deslocamento que fazem nas mandíbulas conseguem engolir presas de tamanhos muito grandes.
"Sendo assim, a proximidade desses animais é um grande perigo principalmente para crianças e animais domésticos. Se por acaso, for 'visitado' por um animal desses, entre em contato com o corpo de Bombeiros para que o profissional capacitado faça a remoção do animal e sua reintegração ao seu habitat natural. Não tente fazer por conta própria. É extremamente perigoso", finaliza Drª. Juliana.