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  • Leandro Borges - Fisioterapeuta

FISIOnews | Fisioterapia domiciliar na qualidade de vida para os idosos


Ao falarmos em idoso, podemos dizer que muito há muito tempo, as quedas eram vistas como inevitáveis, decorrentes da falta de cuidado dos idosos. A queda em idosos era considerada algo normal, coisa própria do processo de envelhecimento, e a responsabilidade era apenas do idoso e não um problema de saúde pública.

É importante destacar que envelhecimento não é uma doença, mas sim um processo natural. É necessário lutar contra preconceitos e contrariar estereótipos promovendo um estilo de vida saudável e ativo.

Apesar da velhice não ser considerada uma doença, com a idade aumentam os riscos de comprometimento funcional e perda de qualidade de vida. O nosso processo de envelhecimento, vai desencadear uma série de alterações fisiológicas em nosso do corpo.

Com o aumento acentuado do número de idosos, há necessidade do conhecimento das alterações que tornam o organismo mais vulnerável a queda, que é determinada pela limitação da capacidade de coordenação e de controle do equilíbrio corporal. Essas alterações são:

- Sistema nervoso: ocorre uma diminuição do número de neurônios, reduz velocidade de condução nervosa e do tempo de reação, o reflexo fica lento; - Visão: ocorre uma diminuição da acuidade visual,- - Auditiva: no idoso a audição vai ficando deficiente; - Sensibilidade tátil : a diminuição da sensibilidade é comum ao passar dos anos no idoso; - Aparelho locomotor: diminuição da massa óssea e muscular, diminuição de força muscular e aumento da rigidez articular; - Limitação da coordenação e de controle do equilíbrio corporal: essas alterações associadas a condições ambientais predispõe a queda.

As fraturas são uma das consequências mais comuns entre idosos após uma queda, principalmente as fraturas de quadril, seguidas pelas de punho. Cerca de 90% das fraturas de quadril são causadas por quedas. As fraturas de quadril também são a maior causa de hospitalização nessa população.

As quedas e suas sequelas são responsáveis por restrição de atividades, dependência do idoso, hospitalização ou morte. O risco de cair aumenta significativamente com a idade e com o nível de fragilidade, sendo que os fatores responsáveis por uma queda podem ser intrínsecos (relacionados com o indivíduo) ou extrínsecos (relacionados ao ambiente).

Os fatores de risco intrínsecos para quedas, são:

- Idade; - Gênero (em idosos jovens as médias de quedas para homens e mulheres são iguais, mas, entre idosos, as mulheres caem mais que os homens); - Etnias (caucasianos frequentemente caem mais); - Uso de alguns medicamentos; - Deterioração na mobilidade e na marcha; - Sedentarismo; - Medo de cair ; - Deficiência nutricional; - Deterioração cognitiva ; - Danos visuais; - Problemas nos pés; - Artrite, osteoporose , sequelas de fraturas ou anquiloses; - Tonturas posicionais , tonturas infecciosas ou degeneração progressiva das estruturas labirínticas; - Problemas circulatórios nas extremidades distais causando neuropatia periférica , baixo impulso vascular cardíaco; - História de acidente vascular cerebral , insuficiência vertebrobasilar, esclerose múltipla; - Aumento de incidência de diabetes trazendo consequências à retina e ao labirinto.

Os fatores extrínsecos estão associados ao ambiente em que o idoso vive, entre os quais podemos mencionar, estão:

- Pisos escorregadios, encerados e molhados; - Ausência de corrimão; - Assentos sanitários muito baixos; - Prateleiras muito altas; - Mesas e cadeiras instáveis; - Calçados inapropriados; - Escadarias inseguras; - Calçadas esburacadas; - Degraus de ônibus muito altos; - Iluminação inadequada; - Tapetes soltos ou com dobras; - Roupas excessivamente compridas; - Obstáculos no caminho.

Dicas de medidas preventivas dentro de casa com os idosos:

- Evitar escadas, ou andar acompanhado nesse momento; - Mover-se devagar, ao se levantar e ao andar; - Usar iluminação adequada dentro de casa; - Evitar o uso de roupas longas que possam enganchar e acabar tropeçando em objetos ou móveis; - Eliminar tapetes que possam deslizar ou dobrar; - Atenção aos animais domésticos; - Colocar os objetos com fácil alcance, evitando o uso de bancos ou escadas; - Usar calçados bem adaptados aos pés, evite chinelos e pantufas; - Banheiro com barras paralelas.

Agora vamos falar do papel importante do fisioterapeuta, pois é ele que vai contribuir com a reabilitação, com a conscientização da população idosa, e que também pode exercer o seu papel de agente promotor de saúde e colaborar para o envelhecimento bem sucedido.

O profissional tem que orientar que o processo de envelhecimento é uma etapa normal da vida, e que o ser humano deve aceitar com tranquilidade a sua velhice, e procurar de alguma maneira ser útil à sociedade, aos familiares e amigos.

A fisioterapia faz com que os idosos consigam superar as constantes ameaças ao seu equilíbrio, não só melhorando suas capacidades funcionais como também lhes conscientizando de suas limitações, mostrando como se adaptar ao ambiente que possa vir a lhe propiciar algum tipo de perigo.

A sessão deve ser realizada regularmente, buscando uma estabilidade postural e equilíbrio que tanto influenciam na marcha. Assim como o fortalecimento dos membros inferiores, superiores e tronco, mobilização articular, treino de marcha com obstáculos, ou seja, exercícios proprioceptivos (que buscam o equilíbrio).

Temos que preservar as funções motoras do idoso, visando adiar a instalação de possíveis incapacidades que são comuns na própria idade, e tratar as alterações e os sintomas já instalados. A fisioterapia tem se mostrado muito eficaz na prevenção de quedas, uma vez que aumenta a força muscular, melhora o equilíbrio, a flexibilidade, a coordenação motora.

A abordagem fisioterapêutica é necessária em qualquer fase da vida do idoso, tendo uma importância não só de tratamento, mas como de prevenção, o que ajuda na melhora da qualidade de vida, pois com o envelhecimento, surgem as alterações fisiológicas e patológicas que merecem ser tratadas antes mesmo que apareçam.

A família precisa se conscientizar da necessidade que o idoso tem em realizar uma fisioterapia especializada e de preferência domiciliar, visando as possíveis alterações no seu ambiente. Isso pode valer uma vida!

Leandro Borges é Fisioterapeuta e Instrutor de Pilates, Pós-graduado em Traumato-ortopedia com ênfase em Terapias Manuais.

Contato: 99550-9212 ( whatsapp )

Email: leandrorjfisio@hotmail.com

Blog do Facebook: Fisiot. Leandro Borges

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