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  • Foto do escritorAlexandre Madruga

Forte temporal destrói Sulacap e derruba mais de 100 árvores


Um dilúvio, tempestade, temporal, ventania, raios e ventos que chegaram a 123km/h, segundo a Prefeitura. Entre o final da tarde de quarta-feira (14) e 2h da madrugada de quinta-feira (15), choveu quase 150% da média de chuva esperada para todo o mês. Em uma hora, choveu o esperado para todo o mês de fevereiro, segundo a estação Alerta Rio na Barra. Como Jardim Sulacap tem 60% de área arborizada, aliado a imensa quantidade de água, o solo não resistiu e as imensas árvores cederam, caíram como dominó, literalmente arrancadas pelas raízes.

- Uma fatalidade associada à chuva impensável, que só vai se repetir daqui a 150 anos – Disse Paulo Messina, Secretário da Casa Civil.

A manhã de quinta-feira (15), o cenário era de terra arrasada. Ficou evidente o tamanho da catástrofe que assolou o bairro. A maioria das ruas tinha árvores caídas fechando o caminho. Vários carros foram destruídos por grossos troncos. Postes foram ao chão e telhas saíram voando. Casas sem energia e água, pois as raízes das árvores que caíram arrebentaram fios e canos. Vias interditadas, carros na contramão ou trânsito parado. O bairro ficou sem serviços básicos e para piorar, perdeu internet fixa, móvel e os telefones pararam de funcionar. Toda essa receita resultou no caos, com moradores incomunicáveis até para acionar os serviços públicos. Até a redação do Sulacap News ficou dias sem se comunicar, tendo que usar a internet do Parque Shopping Sulacap. Muitos moradores fizeram o mesmo para carregar celular e se conectarem.

Passaram dias com o bairro na “idade das pedras”, sem energia ou comunicação, quando moradores começaram a se mobilizar, na tentativa que conseguir a atenção da Light, Cedae, Net e Comlurb. Apesar das equipes estarem sobrecarregadas, muito pouco se viu pelo Jardim Sulacap até que houve a manifestação da Rua Fernandes Sampaio, altura da Bárbara Heliodora. Dezenas de moradores interromperam o trânsito parcialmente na via que acessa a Estrada do Catonho e pararam carros da Light, no intuito de resolver o problema de falta de energia de quase três dias, que assolou mais de 2000 moradores. Felizmente, com a preciosa ajuda do Corpo de Bombeiros de Realengo, o grave problema da Rua Bárbara Heliodora foi resolvido, graças ao trabalho conjunto com Light, Comlurb e Cedae.

Para Emilson Moreira, administrador da página Jardim Sulacap Bairro Sustentável, foi o temporal mais grave que ocorreu na região, em toda história.

- Aqui no bairro tem muitas árvores com problemas e o maior deles é a poda da Light, pois ela poda sem deixar a árvore com equilíbrio. Que eu pude registrar foi a pior tempestade em número de arvores e áreas danificadas. – afirmou ele, que é o idealizador do projeto de Hortas Comunitárias no bairro e que conseguiu que a Comlurb encaminhasse troncos e galhos de árvores para a Horta Quincas Borba, para uso paisagístico no local.

As chuvas de março fechando o verão vieram muito antes, deixaram um cenário de destruição, mas mostrou que mobilização, apoio e união podem fazer o bairro crescer ainda mais. Não faltaram cenas de moradores se ajudando e socorrendo quem precisou de apoio.

Para os órgãos governamentais, fica a lição de que é necessário um maior investimento em logística e parte operacional, pois em cenários trágicos, toda cidade demorou muito tempo para se recuperar.

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