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  • Marluce Rosa - Prof. Yoga

YOGAnews | A consciência emergindo


Mais um bate papo por aqui... Como vai você? Como venho ressaltando sempre em nossos papos, o Yoga não é uma atividade física, porém se utiliza da via corporal deixando claro seu componente psicofísico. Sendo uma atividade psicofísica, o Yoga se torna uma prática indicada para todos. Eu sou suspeita para falar, mas diria que todos deveriam experenciar uma vida em Yoga. Se você está totalmente pleno, com saúde seria muito bom que fizesse Yoga para continuar pleno e com saúde. Se você está um tanto cansado, com fadiga, sedentário, negligenciando o autocuidado digo você deve fazer Yoga. O Yoga nos aponta verdadeiramente um caminho para a consciência de nós mesmos, por isso, que se utiliza do corpo físico como ferramenta de trabalho, o corpo não é o produto final do Yoga. Quando a consciência em Yoga vem nascendo com Tapas (disciplina e continuidade na ação) naturalmente percebemos que os “problemas” físicos – que dentro do Yoga são oportunidades para gerenciarmos o autocuidado – não podem ser resolvidos sem atenção aos elementos psicológicos que os acompanham. Partindo dessa combinação, o Yoga integra a mente e o corpo nos permitindo a nos enxergarmos como unidade. Assim, o corpo não tem uma representatividade de cuidados por vaidade, mas sim, sabemos e sentimos nas práticas de Yoga que ele abriga um espírito Divino. Então o Yoga é religião? Não. Porém desenvolve a inteligência espiritual. Todos, de qualquer religião, credo e até mesmo ateus podem, se assim quiserem, experenciarem o Yoga. Basta estarem disponíveis aos seus processos interiores e libertos de preconceitos e julgamentos.

Como o Yoga aponta para o despertar da consciência, a prática não se limita a religiões, mestres, professores... O Yoga é um estilo de vida onde o praticante gerencia o autocuidado, autoestudo e autoconhecimento. O Yoga por ser um modo de vida tão simples, tão genuíno, muitas vezes, temos a tendência por complicá-lo. Acredito que isso faz parte da natureza humana: não concedemos o simples, o puro, o possível. E assim criamos alegorias dificultando nossas rotinas diárias em Yoga.

Através do Yoga vamos ganhando mais intimidade com nós mesmos praticando asanas, pranayamas, meditações, estudos, canto de mantras e assim àquele corpo denso, identificado excessivamente com o ego (o Yoga não elimina o ego, o ego é necessário para a formação de nossa individuação e a expansão da consciência) ganha espaço para um corpo mais sutil, onde a mente e o corpo tem mútua influência contribuindo por diminuir a projeção e a reatividade ao mundo externo, gerenciando de forma assertiva e com objetividade na ação a vida, pois já sabemos identificar o que é nosso e o que é do Outro. Praticando Yoga, definitivamente não ganhamos muita coisa: perdemos. Perdemos a fragilidade do ego para aguentar a intensidade inicial de suportar ainda mais “sofrimento” quando a consciência emergir. Mas veja que coisa boa! Como observa M. Esther Harding, há um impulso inato em nós rumo à plenitude:

“É impossível ignorar a tarefa de tornar-se inteiro... assim, algumas pessoas se veem obrigadas a assumir a tarefa da individuação como um empreendimento conscientemente desejado, muito embora a busca não prometa um fim definido. Porém, assim que é assumida, surge auxílio de fonte inesperada, isto é, do próprio inconsciente. Por meio de símbolos que começam a aparecer em sonhos e fantasias e em outros produtos do inconsciente, apontando o caminho a ser tomado, mesmo que este caminho leve a uma meta desconhecida. Assim, a busca pela plenitude ou totalidade se mostra alinhada a uma tendência arquetípica inerente a estrutura psíquica do ser humano. Essa tendência se assemelha a um instintoe, assim como os instintos, é capaz de mostrar o caminho a ser seguido pelo organismo em desenvolvimento.”

Assim, com esse esforço inato pela plenitude vamos nos aproximando de quem somos de fato, quem somos em essência. Então vejamos: algumas pessoas buscam o Yoga de fato com algum sintoma físico(ansiedade, dores generalizadas pelo corpo, fadiga, cansaço, desânimo) e dentro de uma perspectiva Yogi, no entanto, o sintoma é uma tentativa natural por parte da psique em direção à cura, em direção à plenitude. Jung nos lembra: “o princípio fundamental de que a sintomatologia de uma doença é ao mesmo tempo uma tentativa natural para a cura.” Essa cura, tantas vezes, vem com a mudança de valores, estilo de vida e assim, naturalmente nos tornarmos seres mais conscientes de nós mesmos.

“A expressão da vida surge da estrutura de valores. A expressão da minha vida é exatamente a mesma da minha estrutura de valores bem assimilados. O que eu faço é só uma expressão do que é valioso para mim. Posso seguir eventualmente os valores de outras pessoas, quando me for conveniente, mas se os valores dos outros não foram assimilados por mim, eles serão apenas valores obrigatórios e não refletirão a minha estrutura de valores. Eles são mais uma fonte de conflito do que uma norma de comportamento, estando sempre suscetíveis a concessões. Só os valores assimilados são meus valores pessoais. Valores assimilados refletem o que é valioso para mim.Um valor pessoal assimilado não requer escolha da minha parte. Quando quero que certos valores não assimilados tornem-se parte da minha estrutura de valor, devo exercitar a deliberação em seguí-los até que eu esteja convencido do valor deles para mim, então, sua observação torna-se espontânea. A fim de que a expressão de um valor se torne espontânea para mim, devo considerar seu valor na minha vida pessoal.” SwamiDayanandaSaraswati

Vamos seguindo! Um abraço.

Profª. Marluce Rosa é idealizadora do Espaço Lumarce Yoga, Pedagoga, Psicomotricista, Profª. de Educação Física, Yoga e Motociclista. Contatos: Watsapp: 99343-8895 Facebook e Instagram: @yogalumarce

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