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  • Mauricio "Banana" Lima - Diretor de Arte

GAMEnews | Vídeo games têm prazo de validade?


De tempos em tempos, um grande título chega às prateleiras das lojas de jogos de todo o mundo. O mercado também é feito de nomes nem tão grandes também, mas que chamam a atenção e marcam de alguma forma o período em que surgiram, atraindo os olhares dos gamers mais atentos.

Mas a Terra gira, o tempo passa e muitas coisas vão ficando para trás, então o que era novidade pode já ter perdido a graça depois de um tempo relativamente curto. Atualmente, um par de anos pode ser crucial para que um game cheio de hype na época do seu lançamento caia no esquecimento e perca seu valor quando revisitado.

Mas será que é possível voltar a um game “antigo” e conseguir aproveitá-lo sem comparar com o que há de mais atual? Dá para dizer que os jogos têm prazo de validade ou que isso depende da mecânica, da história, do tipo de jogo e de vários outros elementos que compõem um título?

A roda nunca para...

Acredito ser claro para todos que o momento ideal para colocar as mãos em um jogo é na época do seu lançamento. Isso pode ser afirmado por vários motivos, desde para evitar revelações sobre a história até o simples fato de aproveitar a aura de novidade que envolve qualquer título recém-chegado ao mercado.

Mas todos nós sabemos que jogos eletrônicos costumam ser caros, então o panorama descrito acima não é acessível a todos. Além disso, os jogos mais antigos costumam ter redução de preço, o que também favorece deixar a sua aquisição para algum tempo depois do seu lançamento.

A defasagem técnica identificada entre o velho e o novo, entretanto, pode prejudicar bastante a experiência de jogo. Se o game está em uma franquia, como é o caso de GTA 4 (2009) e GTA 5 (2013 – ainda na geração passada), a diferença já é sensível, e, pensando em gerações diferentes então, a “perda de valor” pode ser ainda maior, como é o caso do God of War original (2005, para PS2) e God of War 3 (2010, para PS3).

Ir aos mais antigos nesses casos pode ser válido apenas para fins históricos, digamos assim, para você conferir o que se passou e até mesmo identificar a evolução aplicada nos mais recentes. Mas nem sempre a experiência será satisfatória.

Um dos meus jogos favoritos do PlayStation 2 era Scarface: The World Is Yours. Ele era um game bem no estilo GTA, no qual você controlava ninguém menos do que Tony Montana, o gângster cubano em busca da reconstrução seu império em Miami — o game é uma espécie de final alternativo ao filme “Scarface” (1983), dirigido brilhantemente por Brian de Palma e estrelado por Al Pacino.

Ele foi lançado em julho de 2006, portanto a mais de 11 anos, e eu não tenho dúvidas de que voltar a jogá-lo terá hoje mais a função de curtir uma nostalgia do que realmente experienciar um jogo empolgante e cheio de recursos. Por mais inovador que possa ter sido para mim à época, a surpresa hoje, mesmo para quem joga pela primeira vez, não será a mesma.

O título ainda tem o seu valor, é claro, e eu recomendo que você vá atrás dele caso ainda não tenha experimentado. Mas isso ocorre também por ele fazer referência ao filme, ao Al Pacino, à máfia dos cubanos exilados em Miami e tudo mais, ou seja, o universo do game me encanta mais do que o game em si. Pensando em termos de recursos de jogo, o melhor ainda é jogar GTA V.

A evolução é contínua.

Em suma, fica claro também para mim que é possível aproveitar um jogo mesmo algum tempo depois de seu lançamento. Eu não costumo comprar jogos na época do lançamento, e também gosto de aproveitar promoções de títulos que chamam a minha atenção — e em alguns casos isso leva mais de um ano para acontecer.

Mas, no geral, penso que dá para levar esse debate nos termos do “depende”. Um jogo fica velho demais? Pode ser que sim, pois diversas variáveis incidem nesse “veredito”. Alguns games parecem feios e até mesmo travados depois de algum tempo, pois o seu referencial de jogo bom e atualizado mudou e, de modo geral, os gamers se tornaram mais exigentes.

Porém, o tempo entre os lançamentos de Heavy Rain (2010) e Beyond: Two Souls (2013), por exemplo, não parecem ter envelhecido o primeiro. Lógico que há a vantagem de que o mais novo não é uma sequência do anterior, diminuindo o “efeito comparação” entre ambos, mas é impossível não colocar lado a lado os dois títulos da Quantic Dreams.

Talvez, se fôssemos fazer uma análise, uma enquete, comparando alguns jogos com três ou quatro anos de idade com outros lançados com mais tempo, não duvido que os títulos mais recentes venceriam a disputa. Também por esse período ter sido um repleto de novidades surpreendentes, mas principalmente por um reflexo natural das possibilidades abertas para o desenvolvimento nos últimos tempos.

Não tenho dúvida de que alguns jogos são e serão atemporais, mas penso que a tendência é a maioria dos jogos apresentar prazo de validade. E, quando falamos de franquias, com lançamentos mais frequentes e cujos títulos são inevitavelmente comparados entre si, isso fica ainda mais evidente.

Mas, e aí? Bora jogar???

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