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  • Foto do escritorAlexandre Madruga

A dor da perda do cão e a revolta pelo descaso do Hospital Popular Veterinário de Padre Miguel


Jovem reclama de atendimento no hospital e denuncia ao Conselho Regional de Medicina Veterinária

Quando uma pessoa ama seu bichinho de estimação, a perda já é um sentimento doloroso e grande. Pior quando fica a sensação que algo a mais poderia ser feito, aliado com a impressão de descaso no atendimento médico. E é essa conjunção de sentimentos que tem a estudante de técnica em enfermagem, Larissa Julia de 18 anos. Mesmo jovem, sofre com o luto e revolta pela morte da poodle Sandy, ocorrida no último quarta-feira (29/11), após procedimento cirúrgico no Hospital Popular de Medicina Veterinária (HPMV) em Padre Miguel.

Hospital especializado em pets a preços populares, o HPMV inaugurou a unidade de Padre Miguel em maio de 2016, abrindo a de Campo Grande em novembro de 2017. A proposta é oferecer atendimento veterinário para cães e gatos, com preços populares e descontos de até 50%, em procedimentos como consultas, cirurgias, exames laboratoriais e castrações. Essas qualificações levaram Larissa a recorrer ao hospital e hoje, ela está totalmente arrependida da decisão que tomou.

De acordo com a “mãe” da Sandy, em setembro a cadela teve uma suspeita da doença do carrapato. Após levar o animal ao HPMV de Padre Miguel e fazer exames com resultados 48h depois, ficou constatado a suspeita da doença do carrapato e a necessidade de uma transfusão de sangue com urgência. Segundo Larissa, o hospital não tinha bolsa de sangue e ela levou o cãozinho para outra clínica, que poderia fazer todos os procedimentos.

- Depois desse tratamento, Sandy estava 100%, mas os leucócitos (células de defesa) estavam altos, então a clinica que levamos me pediu uma ultrasonografia, pois estava suspeitando de piometra. Como a clínica é muito cara e já havíamos gastado uns R$ 1 mil, realizei a ultra no dia 5 de outubro no HPMV em Padre Miguel, mas não deu nada. – afirmou a jovem.

A doença seria constatada quase dois meses depois, quando a poodle começou a sangrar pelo órgão genital e retornar ao HPMV. A piometra, que é uma infecção que pode atingir o útero das cadelas e causar sérios danos. Segundo especialistas, o tratamento é administrar por via intravenosa soro e antibióticos, até que seja possível a cirurgia. Mas para Larissa, a história ficou mais complicada após o laudo.

Segundo a jovem, os médicos do HPMV aplicaram um remédio para coagular o sangue e diminuir o sangramento, estabilizar o cão, esperar o resultado do exame e depois ver as condições de operar. Mas para ela, a transfusão de sangue seria necessária, mas os médicos não pediram o procedimento de imediato. Ela considera essa falta de ação, um dos motivos do falecimento da cadelinha.

- Não precisa ser nem um leigo para entender que se você perde sangue, você precisa repor. Mas eles falaram pra mim que só iam operar se ela estivesse bem e que ligariam avisando quando ela fosse entrar na cirurgia, mas quando ligaram no dia seguinte, a Sandy não estava bem e precisando urgente de sangue pois os hematócritos estavam baixos . – afirma Larissa, que em seguida procurou várias clínicas desesperadamente em busca de doadores, somente encontrando no bairro de Ramos.

Mesmo com toda luta, veio a notícia mais triste na madrugada seguinte, quando chegou a informação do falecimento de Sandy, que segundo Larrisa, foi por culpa da falta de sensibilidade e cuidado dos funcionários do HPMV, até na hora de devolver o corpo da cadelinha.

- Faltou esperar o resultado do hemograma, não se opera animal e nem um humano sem esse exame em mãos. Fora que o corpo da Sandy foi entregue dentro de um saco preto de lixo, foi horrível essa cena. Resolvi ir atrás da administração, para pedir o nome do médico, pois achei que muitos erros simples foram cometidos e queria uma explicação, mas uma veterinária disse que liberaria o nome do cirurgião depois de uma semana. – falou Larissa emocionada, dizendo que acionará o hospital judicialmente e que denunciou ao Conselho Regional de Veterinária.

A direção do HPMV foi procurada e enviou uma nota, que colocaremos na íntegra ao fim da matéria. Segundo o hospital, o médico cirurgião pediu para não ter a identidade divulgada.

Na nota, “o Hospital Popular de Medicina Veterinária reforça que todos os recursos para preservar a vida da cadela Sandy foram realizados desde setembro, onde a mesma já apresentava necessidade de internação e transfusão e todos os pareceres médicos foram repassados à tutora.”.

O hospital encerra a nota informando que compartilha da dor em decorrência da perda e que prestará solidariedade à proprietária e às pessoas que tinham a Sandy como um membro da família.

INTEGRA DA NOTA DO HOSPITAL POPULAR DE MEDICINA VETERINÁRIA

O Hospital Popular de Medicina Veterinária visa consolidar a reputação que está sendo construída desde a sua inauguração — em maio de 2016 — e concretiza esse objetivo dia a dia proporcionando saúde animal com técnica, estrutura e equipe multidisciplinar altamente qualificada. O resultado se comprova com a média de 1800 atendimentos por mês somente na unidade de Padre Miguel considerando clínicos, especialistas, cirurgia e internação e a recente expansão para o bairro de Campo Grande.

Com o intuito de seguir impactando a veterinária no Brasil e promover práticas corretas, que garantam o bem-estar dos animais, viemos a público esclarecer o histórico clínico da cadela Sandy, poodle de 6 anos, falecida em 29/11, assim como os procedimentos adotados pelo Hospital e que foram esclarecidos à tutora, Larissa Julia Dalabeneta Pereira.

• A primeira entrada no Hospital Popular de Medicina Veterinária foi em 18/09, apresentando quadro de prostração com alteração de consciência e inapetência e presença de pulgas. Solicitamos exame de sangue para melhor avaliação e prescrevemos medicações compatíveis com o quadro que o animal apresentava. Foi solicitado ao tutor que retornasse para buscar o resultado do exame.

• Em 20/09, o resultado do exame constatou alterações graves indicativas de transfusão de sangue. Mediante esse resultado, foi solicitada a realização do exame SNAP4DX, transfusão de sangue em caráter de urgência e internação. Atutora mesmo ciente do quadro crítico do animal se recusou a fazer o tratamento indicado pelo Hospital e assinou um termo de alta à revelia. Onde a tutora se responsabilizava pela alta do animal e declarou-se estar ciente dos riscos de uma alta sem aprovação médica e se responsabilizava pela decisão. Sendo assim, foi feito um encaminhamento para internação, entregue à proprietária.

• Em 10/10, a tutora retornou com a paciente ao Hospital apenas para realização de ultrassonografia, com encaminhamento externo.Não foram apresentados exames que comprovassem a melhora do quadro, bem como a comprovação de que houve internação do animal e realização de transfusão de sangue em caráter de urgência, conforme recomendado pelo HPMV no mês anterior.

• Em 27/11, deu entrada no Hospital às 20:26 com quadro de sangramento vaginal hemorrágico. Foi realizada avaliação pela equipe clínica e solicitado exame de ultrassonografia para comprovar a suspeita de piometra. Em seguida, encaminhamento para a internação devido ao estado grave da cadela que necessitava de um acompanhamento e tratamento maior. O resultado da ultrassonografia confirmou a suspeita de piometra e a poodle Sandy foi avaliada pela equipe cirúrgica para realização da cirurgia em caráter de urgência devido ao seu quadro clínico. Foi informado a tutora sobre a necessidade de uma bolsa para a transfusão de sangue para o seu pós-operatório.

• Em 28/11, a cirurgia foi realizada sem nenhuma intercorrência e o prognóstico foi considerado de reservado a ruim em virtude do quadro renal e da pendência da bolsa transfusão de sangue. A proprietária foi novamente informada sobre a necessidade de transfusão e teste de compatibilidade sanguínea.Coletado o sangue,buscou o tubo de EDTA para realizar o teste em laboratório de sua confiança.A tutora só conseguiu uma bolsa de sangue para o dia seguinte, às 10h e foi informada que as chances do animal sobreviver eram de 50%.

• Em 29/11, às 6:59, a cadela veio a óbito por parada cardiorrespiratória.

O Hospital Popular de Medicina Veterinária reforça que todos os recursos para preservar a vida da cadela Sandy foram realizados desde setembro, onde a mesma já apresentava necessidade de internação e transfusão e todos os pareceres médicos foram repassados à tutora.

Compartilhamos da dor em decorrência da perda e prestamos nossa solidariedade à proprietária e às pessoas que tinham a Sandy como um membro da família.

Atenciosamente,

Direção do Hospital Popular de Medicina Veterinária

NOTA DA REDAÇÃO: A Nota de Esclarecimento do HPMV foi alterada no dia 01/12/2017 às 18:23h, a pedido da Assessoria de Comunicação da entidade.

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