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Realengo completa um mês da nova central de reciclagem de eletroeletrônicos

Cerca de 20 toneladas de resíduos foram recebidas e pagamento do material é feito no ato da entrega

Um mês após a inauguração da central de logística reversa de eletroeletrônicos no bairro de Realengo, o local já se tornou um agente transformador para quem faz da reciclagem uma forma de ganhar a vida, além de fortalecer a preservação do meio ambiente.


Inaugurada no dia 14 de outubro com a presença do governador Cláudio Castro, a agência de coleta seletiva Rio Park Recicla já recebeu cerca de 20 toneladas de resíduos no período e conta com mais de 65 catadores e cooperativas cadastrados. A iniciativa é do Ministério do Meio Ambiente em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, a Associação de Recicladores do Estado do Rio de Janeiro (ARERJ), a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE) e a Prefeitura do Rio.

"Essa iniciativa otimiza a gestão de resíduos sólidos no território fluminense ao mesmo tempo em que valoriza a categoria de catadores de materiais recicláveis do Rio de Janeiro, o que é essencial para uma política de logística reversa eficiente", explica o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.

Marco Aurélio Braga, de 60 anos, morador de Realengo, já trabalhou como estampador e auxiliar de serviços gerais. Hoje, com o dinheiro que consegue com o material reciclável, ele pode suprir necessidades básicas de casa e pagar contas.

"Aqui o preço está bom, ainda tem o cartão que dá um bônus e o atendimento é ótimo. Eu costumo trazer material segunda, quarta e sexta-feira. Além de recolher na rua, recebo muita doação, porque trabalho com carroça e as pessoas já sabem que vou passar. Em média, consigo de R$ 60 a R$ 80 por dia", conta Marco Aurélio.

O cartão ao qual Marco Aurélio se refere é uma parceria da agência de coleta seletiva com o Plastic Bank, que fornece um crédito extra pelo descarte de plásticos. O cadastro pode ser feito no próprio local. A partir do momento em que o catador recebe o cartão, além do dinheiro que recebe da agência pelo material, um bônus é depositado seguindo uma tabela de preços.

"A gente paga no momento da entrega do material. Dependendo da quantidade, se o valor da reciclagem passar de R$ 100, temos que fazer uma transferência por PIX", explica o cooperado Jorge Nascimento, que trabalha no local.

Jorge conta que o movimento tem crescido diariamente e que, aos poucos, as pessoas entendem como devem levar o material para reciclar, já que nem todo mundo está acostumado com o processo. No caso de panelas, por exemplo, o ideal é que sejam levadas sem cabos e parafusos; papelão, isopor e plásticos devem ser colocados em sacolas diferentes. Tudo isso facilita na hora de pesar.


A agência de coleta recebe plásticos, caixas, papelão, PVC, jornais, revistas, vidros, isopor, tetrapak, cobre, metal, chaparia, latinha, panelas, alumínio, chumbo, bloco, ferro e aço. O local é um dos 123 pontos de coleta no Rio e 148 em outros municípios fluminenses, totalizando 271, que são geridos pela Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE).

"Eu costumo falar que essa é uma casa de câmbio da reciclagem, porque as pessoas trocam material reciclado por dinheiro. Elas não reciclam por falta de oportunidade e o que a gente faz aqui é abrir oportunidade a partir de um modelo de negócio sustentável", conta Edson Freitas, de 54 anos, fundador do centro de reciclagem.

É o caso de João Paulo da Conceição Rodrigues, de 41 anos, morador da Vila Vintém, em Padre Miguel. Apesar de trabalhar com reciclagem há anos para complementar a renda, no ano passado ele encarou o plano B como sua única profissão.

"Eu trabalhava em aeroporto como técnico de abastecimento de aeronave. Quando percebi que seria demitido, em 2020, por causa da pandemia, comecei a me organizar para me dedicar integralmente à venda de material reciclado. Comprei uma carretinha para pegar mais material. Deu certo. Alguns eletrônicos, eu consigo recuperar. Outros, vendo para a reciclagem. Consigo fazer, em média, R$ 3 mil por mês", ressalta João Paulo.

Já para Nathália França, de 25 anos, também moradora de Realengo, a reciclagem foi a única porta de trabalho que se abriu após terminar o Ensino Médio.

"A maioria das empresas pede experiência para contratar e eu não tenho. Trabalho com reciclagem há dois anos, junto com minha mãe e meu irmão. Com o aumento do desemprego, aumentou o número de pessoas catando lixo na rua, por isso a gente acorda às 3h às segundas, quartas e sextas para poder pegar o material. Por mês, eu consigo entre R$ 200 e R$ 400", diz a jovem.

A Agência de Coleta Seletiva fica na Estrada Água Branca 1.160, Realengo, funcionando das 8h às 17h. Confiram os valores por quilo de material reciclável:


PET – R$ 2,40

Plástico duro – R$ 1,50

Plástico mistão – R$ 0,20

Plástico filme branco – R$ 1,30

PET oléo/azul – R$ 1,00

Caixaria colorida – R$ 1,50

Caixaria preta – R$ 1,20

PVC – R$ 0,40

Jornal / revista – R$ 0,30

Óleo vegetal – R$ 1,50

Papelão – R$ 0,40

Vidro – R$ 0,10

Isopor – R$ 0,40

Metal – R$ 23,00

Latinha – R$ 8,00

Panela limpa – R$ 8,00

Panela suja – R$ 7,00

Chumbo – R$ 7,00

Ferro – R$ 0,55

Radiador metal – R$ 19,00

Aço – R$ 6,20

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