Brasil empreendedor
A atividade empreendedora no Brasil, contextualizado no âmbito do G-20
Por Alexandre Madruga

A ideia de empreendedorismo no Brasil atinge 12 de cada 100 brasileiros. Esse número coloca o país em 13° no ranking da pesquisa GEM 2008 (Global Entrepreneurship Monitor), junto com mais 42 países em todo o mundo. No entanto no G-20, grupo que fazem parte importantes países industrializados e emergentes pelo mundo (representando 90% do PIB mundial e 80% do comércio internacional), o Brasil tem a 3ª melhor Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), chegando ao surpreendente número de quase 15 milhões de habitantes. Para um país de dimensões continentais e uma população estimada em aproximadamente 190 milhões de habitantes, estaríamos próximos a ter 8% dos brasileiros como empreendedores.
Apesar da modéstia dos números, estaríamos a frente de grandes potências com alto índice de desenvolvimento, como o Estados Unidos, França, Japão, Itália e Alemanha. Além disso, a média do TEA no Brasil (12,02%) supera a média tanto no G-20 (8,42) como dos países do GEM (10,48). Esses números significam que o Brasil, país em desenvolvimento, cresce no número de pessoas empreendedoras que buscam nessas iniciativas o crescimento e prosperidade. A economia estável e a busca pela maior qualificação, assim como o grande “leque” possível de atividades geradoras de renda, podem ser os motivos dos significativos números brasileiros. Essa afirmação é comprovada pelos números crescentes de empreendedores novos nos últimos oito anos.
Melhorar a condição de vida voluntariamente ou, por necessidade, adotar atividades empreendedoras, são duas formas distintas de adotar medidas de crescimento através do empreendedorismo. Respectivamente, os números de empreendedorismo por oportunidade e necessidade, oscilam de acordo com a condição do país: desenvolvidos ou em desenvolvimento.
O empreendedorismo por necessidade aparece com maior porcentagem nos países em desenvolvimento, talvez pela condição financeira e econômica desses países, fazendo com que seus habitantes sejam “forçados” a adotarem táticas de crescimento. No entanto, os números por oportunidade também agraciam os países ditos em desenvolvimentos, colocando no topo do ranking países como Bolívia, Peru e República Dominicana, desbancando países como Alemanha, Dinamarca e Rússia, que estão entre as cinco piores taxas. Esses números estão relacionados diretamente a produção de riqueza, geração de emprego, além da gestão da economia em cada país. No entanto, o GEM não encontra uma posição simples e matemática na relação entre os eventos empreendedorismo versus maior ou menor taxa de TEA. Exemplificando isso, citamos a África do Sul (África) com 79% em oportunidade e 21% em necessidade, enquanto que na Colômbia (América do Sul), os números ficam respectivamente em 58% e 42%. No mesmo continente sul-americano, outro número contradiz a realidade colombiana. No Equador, por exemplo, os números ficam entre 71% em oportunidade e 29% necessidade,
Ou seja, não há razões claras e empíricas que expliquem esses acontecimentos. Apenas constantes pesquisas de acompanhamento, com os cruzamentos de todos os conceitos culturas e econômicos de cada país, poderá determinar de forma mais clara os conceitos do empreendedorismo pelo mundo. Contudo, são incontestáveis as oportunidades oferecidas pelo mundo, talvez por fruto de um melhor preparo na formação acadêmica e para o mercado de trabalho, no qual o trabalho “multifunção” seja mais que um requisito básico, mas sim, fundamental.
Essa realidade “multiuso” talvez já seja o momento corrente no Brasil, além dos números crescentes do nível educacional. A redução do analfabetismo, que acontece desde 2000 de acordo com o IBGE, certamente influi no número de empreendedores brasileiros. Também as atitudes governamentais, com projetos de inclusão social e de trabalho, como o Portal do Empreendedor, que permite aqueles de mercado informal a tornarem-se pequenos empreendedores, podendo com isso até contribuírem para suas aposentadorias. O acesso a muitas dessas ferramentas, juntas, ajudam ao crescimento e a opção para aquisição de futuros empreendedores, buscando uma melhor qualificação e um crescimento muito mais sustentável.
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