Essa é a luta de uma enorme classe social, estamos num processo de desvalorização das políticas públicas de Assistência, os olhares estão voltados para a crise e suas conseqüências na economia do país, de grandes e pequenos empresários, das classes médias e do Governo, pouco sabemos ou vivemos a realidade de muitas famílias que estão vendo seus direitos sendo desmontados e eliminados como se fosse mágica.

Não existe vontade ou incentivo na mídia para reforçar e informar sobre essa realidade brasileira, a pobreza e as desigualdades vai além do que vemos ou acreditamos existir.

Muito antes dessa crise do Estado vir à tona, várias instituições vinculadas ao governo do Estado do Rio de Janeiro vinham sofrendo com a falta de pagamento do Estado, para quem não sabe é de obrigação, ou melhor, dever do Estado fornecer políticas públicas de Assistência, mas quem fornece esses serviços são as instituições do terceiro setor que por sinal oferecem um serviço de primeira, pois bem essas instituições estão sem receber por um período superior a doze meses, isso poucos sabem tenho certeza, essas instituições fecharam suas portas ou dispensaram funcionários, sei que muitos vão falar: E essas instituições faziam o que?

Meus caros faziam reabilitação para muitas crianças com deficiência, serviam de abrigo para muitas crianças e idosos sem referência familiares alguma servia para atender crianças com paralisia cerebral, para atender, habilitar e reabilitar crianças, adultos e idosos abandonados pela família e pela sociedade e agora pelo Estado.

Somente quem conhece esse mundo sabe do que estou escrevendo e sentindo, uma exclusão sem fim, sem perspectiva, não devemos nos deixar influenciar e achar que Assistência não tem importância, não sabemos o dia de amanhã, o que nos espera no futuro ou o que esperar dele no Estado do Rio de Janeiro, existe um futuro e um presente que ninguém quer enxergar somente quem vive a rotina dura e cruel de ter uma criança com Deficiência na família e se sentir paralisado por não ter onde levar o filho para realizar um tratamento digno sem ter como pagar, muitos não falam, não andam, não possuem movimentos simples ou qualquer outra autonomia, essas crianças necessitam de um atendimento profissional qualificado, estimulante e motivador para que se desenvolvam e tenham uma vida digna na qual tem direito conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Vamos olhar para o lado, ampliar nossas perspectivas e assimilar o que está por vir, podemos mudar se conhecermos, procure entidades que atendem crianças com deficiência próximo de você, verá que existe um mundo de exclusão que você desconhece, existe uma realidade que nunca foi mostrada ou dada à devida importância.

Não me calo diante de tantas injustiças sociais, creio e luto por um Brasil melhor para os que hoje vivem piores e que possamos nos igualar plenamente na aquisição de direitos e o Estado ampliando seus deveres, não se engane busque informações concretas e viva esse mundo para que compreenda a dificuldade do outro.

Caro leitor querendo contribuir ou realizar alguma sugestão, entre em contato através do email: valeubere@hotmail.com.

Agradeço imensamente a oportunidade.

Sou Benilce, Assistente Social pela Universidade Castelo Branco, especialista em Terapia de Família pela Universidade Candido Mendes e Historiadora pelas Faculdades Integradas Simonsen, possuo ampla experiência com famílias em situação de vulnerabilidade social e crianças e adolescentes com deficiência.

#ServiçoSocial #Exclusãosocial