Normalmente, apatia na escola e no ambiente social, é um sinal de tédio infantil. E o que poderia levar crianças a sentirem desânimo sem que seja nenhuma deficiência na saúde?

A maneira como a criança vive e as escolhas feitas são de extrema importância para que se evite o tédio.

Crianças precisam de tempo livre para brincar sem compromisso de acertar, precisam desenvolver a criatividade, precisam ter autonomia para desenvolverem suas habilidades, e precisam ainda NÃO ter as agendas lotadas de compromissos e afazeres. As agendas lotadas interferem muito na construção do tédio infantil. O uso excessivo de equipamentos eletrônicos também contribui muito para o tédio, e muitas vezes os pais não têm essa percepção.

Outro ponto importante é a presença constante de um adulto, com o intuito de orientar as ações das crianças. A criança precisa se sentir segura tendo um adulto por perto, mas isso não significa que o adulto deva estar ativamente presente. Crianças precisam aprender a lidar com momentos de dificuldade, momentos que as coisas não saem como elas planejam ou querem, momentos em que não haverá ninguém para brincar. E crianças que estão acostumadas a esperarem ordens para saber o que fazer, não lidam bem com as adversidades.

Crianças que são estimuladas a inventar brincadeiras, a arriscar-se em suas ideias, que são estimuladas a criar, explorar o mundo, estimuladas ao contato com a natureza, constroem melhor o que é significativo para si, conseguem decidir o que é melhor.

Não estou querendo dizer com isso tudo, que devemos cair em outro extremo, em não ter atividades estruturadas, como um curso de línguas, por exemplo, não é isso, mas sim tentar equilibrar o tempo da criança. Difícil ajudar uma criança a ser um adulto organizado e bem desenvolvido em suas potencialidades se não deixarmos que antes seja uma criança livre para descobrir o que é seu e o que lhe faz sentido.

#Educação #Tédio