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  • Cristiane Pontes - Enfermeira

SAÚDEnews: Sífilis - Evitável, tratável e curável, doença grave e negligenciada


Doença infecciosa transmitida por sexo sem proteção, é uma IST (infecção sexualmente transmissível) causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum.

Ainda existe muito desconhecimento sobre a doença, em relação ao risco de contágio e em relação às consequências da infecção. A sífilis pode comprometer seriamente o sistema nervoso central, levando a doenças neurológicas, como quadros de demência, manifestações auditivas, oculares, manifestações cardíacas e ósseas.

Existe a necessidade de prevenção por meio do uso de preservativo nas relações sexuais, pois esse cuidado não evita só a sífilis, mas outras doenças como HIV e o HPV.A transmissão por transfusão de sangue ou derivados tornou-se rara, devido ao controle realizado pelos hemocentros.

Segundo o Ministério da Saúde nos últimos cinco anos (anteriores a 2016 e 2017), o número de casos de sífilis aumentou 5.000%.As causas para esse número são o aumento de pessoas que não usam preservativo, falta de preparo de profissionais e a ausência de uma forte política pública. (Além da falta da medicação por um determinado período de tempo, dificultando o tratamento).

A Organização Mundial de Saúde – OMS, estima que, a cada ano, quase seis milhões de pessoas são infectadas pela sífilis no mundo. O número de pessoas contaminadas tem crescido no Brasil a cada ano, principalmente na população jovem, que muitas vezes desconhece a doença. Os jovens podem estar se descuidando dos métodos de prevenção, porém a única forma de prevenir a sífilis é através do sexo seguro. Fases da doença após o contágio: Na primeira fase da doença, há uma lesão (ferida/cancro duro) que muitas vezes desaparece espontaneamente depois de alguns dias ou semanas, dando a falsa impressão de que o paciente está curado. Ferida única, com aspecto rígido, que pode estar localizada na boca, no ânus, vagina, pênis, vulva ou outros locais da pele e que aparece de 10 a 90 dias após o contágio. Nesse estágio não há dor, coceira, ardência nem pus, mas podem surgir ínguas na virilha.

Cancro duro, Sífilis primária:

Num segundo momento, duas ou três semanas após a primeira fase, surge um quadro clínico mais extenso de lesões por todo o corpo – que podem ser confundidas com alergia.

Sífilis secundária:

Quando a doença não é diagnosticada e corretamente tratada, faz-se um quadro ainda mais severo, o da sífilis terciária, já com manifestações mais graves.Ocorre em infecções não tratadas, após um longo período, podendo surgir entre dois a 40 anos depois do início da infecção. É comum o acometimento do sistema nervoso e cardiovascular. Verifica-se a formação de “gomas sifilíticas” (tumorações) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido do corpo.Causam desfiguração e incapacidade, além de alterações em outros órgãos, podendo ser fatais.

O diagnóstico está disponível em qualquer unidade de saúde. Não há custos, e o resultado fica pronto em apenas alguns minutos (teste rápido).Permite o diagnóstico em pessoas que ainda não tiveram a manifestação dos sintomas. E quando há dúvidas com o resultado desse teste, um exame de sangue é indicado para confirmação. Todos estão disponíveis no SUS.

Existem duas classificações para as formas clínicas da sífilis adquirida-pelo tempo de infecção e por suas manifestações clínicas: Segundo o tempo de infecção: • Sífilis adquirida recente (menos de um ano de evolução); • Sífilis adquirida tardia (mais de um ano de evolução). O exame deve ser solicitado sempre que houver suspeita, desde a fase inicial para que evite o maior dano possível na saúde do paciente. Sífilis congênita: Transmitida pela mãe para o bebê, durante a gestação, da mãe para o feto, predominantemente por via transplacentária (placenta). A sífilis congênita é evitável quando se identificam e se tratam adequada e oportunamente a gestante infectada e seu parceiro.Em gestantes não tratadas ou tratadas inadequadamente, a sífilis pode ser transmitida para o feto (transmissão vertical). A probabilidade da infecção fetal é influenciada pelo estágio da sífilis na mãe e pela duração da exposição fetal. A chance de transmissão é maior quando a mulher apresenta sífilis primária ou secundária durante a gestação.

Para o tratamento da criança com sífilis congênita, consideram-se dois momentos: • Período neonatal (até os 28 dias de vida); • Período pós-neonatal (após 28 dias de vida).

Sífilis congênita precoce: Surge até o segundo ano de vida e deve ser diagnosticada por meio de uma avaliação da situação materna e avaliação clínico-laboratorial e também na criança. O diagnóstico na criança é um processo complexo, pois mais da metade das crianças são assintomáticas ao nascimento ou os sintomas são discretos ou pouco específicos. O bebê pode apresentar prematuridade,baixo peso ao nascimento,lesões na pele, sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, anemia, edema, convulsão e meningite, dentre outros sintomas.

Sífilis congênita tardia

Todos os RN nascidos de mães com diagnóstico de sífilis na gestação ou no parto, ou na suspeita, devem realizar a investigação para sífilis congênita, mesmo em mães adequadamente tratadas. Para as gestantes, a indicação da realização dos testes rápidos é feita na primeira consulta do pré-natal, daí a importância do início do pré-natal ainda no primeiro trimestre da gravidez.

Tratamento: É usado antibiótico sendo possível a variação dos mesmos de acordo com prescrição médica. Os casos de sífilis congênita devem ser tratados também com antibióticos prescritos. Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, a dosagem correta e a duração do tratamento, que não deve ser interrompido sem consultar o médico.

ATENÇÃO:O diagnóstico, tratamento e acompanhamento deverá ser realizado em uma unidade de saúde. As informações aqui contidas são apenas para divulgação de informações.

Cristiane Pontes é Enfermeira, Professora, Socorrista e Especialista em Saúde Coletiva pela EEAN/UFRJ.

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