Um caso de coronavírus em Sulacap não consta nos dados oficiais da Prefeitura

Mas outro caso está confirmado por documento de rede particular, mas hospital nega contaminação
Após atingir a zona oeste no mês de março, abril segue com más notícias. Um caso está confirmado e outro tem o termo "coronavírus" no documento entregue a paciente, mas hospital nega que seja Covid-19. Ambos são de moradores do bairro Jardim Sulacap.
Uma delas é Lylia Oliveira de Souza, advogada, 44 anos e um filho adolescente. Segundo ela, na terça-feira (24) começou a ter os sintomas do coronavírus e na sexta-feira (27), após uma piora no estado de saúde, foi para um hospital particular na Barra da Tijuca. Após exame de sangue, recebeu orientação por escrito como “suspeita” e recomendações a iniciar isolamento social.
Na última terça-feira (31), Lylia retornou ao hospital pois estava passando mal com dores, tosse e com falta de ar. Ela fez uma tomografia, que constatou comprometimento do pulmão, recebeu novo documento do médico relatando “coronavirus” (agora sem a informação “suspeita”) e recomendações a ficar de quarentena. “Ontem foi confirmado que estou com o COVID-19 no 8º dia”, afirmou ela em rede social.

Mesmo com 44 anos, boa saúde e sem doenças pré-existentes, a advogada afirmou estar passando grandes dificuldades com a doença. “Eu não faço parte do grupo de risco, não tenho doença pré-existente, não possuo comorbidades, nunca fumei e mesmo assim estou com complicações respiratórias em virtude do vírus. Sigam as orientações da Organização Mundial da Saúde e sejam cautelosos”, informou Lylia, que aproveitou para passar um recado a todos. “Façam quarentena. Nada valerá a pena, se você não ficar vivo para usufruir”, finalizou a advogada.
Outro caso no bairro, que está confirmado através de exame de laboratório datado de 24/03, mas que manteremos sigilo e não daremos a identidade a pedido da pessoa, pois é profissional de outra rede particular de saúde e teme pelo emprego. No momento, segue de quarentena domiciliar. “Meus sintomas não agravaram. Mas tive febre, muita dor no corpo, um pouco de falta de ar, perdi o olfato e paladar. Não me internaram porque estava instável. Não quero ser identificado, porque trabalho no hospital onde fiz o exame e com certeza foi onde fui infectado”, informou a pessoa, que tem mais de 30 anos, tem família em casa e está em isolamento num quarto.
Sobre o caso da Lylia, questionamos a Unimed sobre qual protocolo seguiram para diagnosticar como Covid-19. Apesar do primeiro documento constar "suspeita" e o segundo contar "coronavírus", a empresa informou que trata o caso de suspeita de coronavírus e que o Hospital Unimed-Rio continua seguindo as orientações do Ministério da Saúde de fazer teste apenas em pacientes com sintomas graves.
O Ministério da Saúde (MS) respondeu na coletiva de imprensa dessa quarta-feira (01), nosso questionamento sobre notificações do coronavírus. Segundo informou o Ministro Henrique Mandetta, toda notificação é a secretaria municipal que recebe dos hospitais (públicos e particulares) e exporta para o MS, que consolida os números de dados que vem, tanto por parte dos municípios, quanto das secretarias estaduais de saúde.
Sobre os dois casos não contabilizados oficialmente, ou seja subnotificados, a SMS respondeu que os resultados dos teste confirmados são tratados diariamente pela Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde, responsável por enviar os dados para o Ministério da Saúde. Todos os dias o painel é atualizado com os casos notificados por unidades da rede pública e privada, ressaltando que a SMS trabalha intensamente para sensibilizar as unidades da necessidade de notificação dos casos suspeitos e confirmados.
É importante que os cidadãos participem do processo de sensibilização e comuniquem às autoridades sanitárias de sua região para que sejam tomadas as medidas necessárias.
Os dados atualizados pela secretaria nessa quarta-feira (01/04) às 18h, ainda não continham nenhum caso do bairro Jardim Sulacap.
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