Realengo ganha cozinha comunitária do programa Prato Feito Carioca
Prefeitura do Rio inaugura a terceira cozinha comunitária
Na manhã desta quinta-feira (23), na geladeira de Alessandra da Silva, moradora da Comunidade do Batanzinho, em Realengo, só havia duas garrafas de água. Aos 38 anos, ela ficou desempregada durante a pandemia e tenta sustentar a mãe de 71 anos e os cinco filhos com muita dificuldade. Essa família foi a primeira a receber as refeições da terceira Cozinha Comunitária Carioca pela Prefeitura nesta quinta, em Realengo.
"As refeições vão aliviar o que estamos passando. Em muitos dias não tínhamos o que comer – disse ela, segurando nos braços o filho de 1 ano. Os outros têm 9, 6 e 3 anos".
O último trabalho de Alessandra como diarista foi em março de 2020. Mas a mãe não conseguia mais ficar com as crianças, e ela teve que cuidar dos filhos. Em 2021, procurou o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Maria Thereza Freire Moura em busca de ajuda e conseguiu se inscrever no Cadastro Único dos programas sociais federais. Os 47 CRAS da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) são responsáveis pela seleção do público para receber gratuitamente as refeições das Cozinhas Comunitárias Cariocas por toda a cidade. Famílias que têm renda mensal per capita de até R$ 105.
"Neste momento, no Brasil, o povo está com fome, sem alimentação digna e saudável. E cada cozinha garante 200 refeições por dia. Não vamos parar por aqui. É inadmissível ver as pessoas sem ter o que comer – disse a secretária municipal de Assistência Social, Maria Domingas Pucú".
Marcelo F., de 40 anos, a mulher e os filhos de 6 e 8 anos agora também são beneficiários da Cozinha Comunitária Carioca do Batanzinho. Ele é trabalhador informal e vive de bicos como carregador na área do Ceasa. Quando consegue trabalho, recebe diárias que variam de R$ 25 a R$ 50. Teve carteira assinada como auxiliar de serviços gerais até a pandemia. Depois disso, não conseguiu mais emprego fixo.
"Hoje só tenho um dinheiro incerto. O Ceasa também tem ficado muito vazio" – desabafou, enquanto recebia sua refeição com feijão, arroz, frango e purê de abóbora, e tangerinas de sobremesa.
Dona Maria Lourdes, 72 anos, levou hoje suas quentinhas para comer com o filho de 35 anos. Desempregado desde a pandemia, ele conseguiu trabalho há somente duas semanas:
"Estou com esperança, mas tem gente muito pior do que eu na comunidade. Se não fosse essa comida hoje, ia comer um ovinho".
A entrega do cartão magnético Prato Feito Carioca, a partir de 1º de julho, garantirá uma refeição por dia para trabalhadores informais inscritos no CadÚnico (Cadastro Único dos programas sociais federais), com renda mensal per capita entre R$ 105,01 e R$ 210. O cartão não terá encargos para o usuário. O custo de cada refeição será subsidiado pela Prefeitura. Assim quem trabalha longe de casa poderá também ter acesso a refeições gratuitas.
Foto: Fábio Costa
Fonte: Prefeitura do Rio
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