PSICOnews | Luto: Aprenda a lidar com a partida e a ausência
Luto é uma fase de transição entre a perda e a perspectiva de uma nova realidade, muitas vezes carregado de angústia e inconformidade. Muitas pessoas perderam entes queridos durante a pandemia do novo coronavírus e tem atravessado essa fase difícil, principalmente porque não puderam se despedir devidamente com um ritual de passagem adequado, pois os velórios foram proibidos para evitar aglomeração. Por isso, falar de luto é indispensável nesse período tão delicado.
De acordo com a biologia, o ciclo da vida possui quatro fases: nascer, crescer, reproduzir e morrer. Apesar de sabermos disso, essa última fase não costuma ser simples para todas as pessoas. Porém, assim como o ciclo da vida que possui início e fim, o luto também possui um ciclo natural de superação.
O luto se torna um problema quando passa a ser patológico, quando a vida começa a ser prejudicada a partir de uma perda significativa. O luto não está relacionado somente à perda de uma pessoa especial, mas qualquer tipo de perda, que pode ser: falecimento de uma pessoa querida, o rompimento de um relacionamento, perda de emprego, a notícia do diagnóstico de uma doença grave, doenças ou perda de um animal doméstico.
Os sintomas são diversos: sensações de raiva, revolta, culpa, tristeza, depressão, punição, solidão, desamparo, ansiedade, preocupações, alucinações, pesadelos, perda do sentido da vida. Sintomas físicos, como: aperto no peito, taquicardia, tremores, sensação de vazio, falta de ar, fraqueza, boca seca, confusão mental, alteração do apetite. Importante observar que os sintomas podem variar de uma pessoa para a outra, não é uma regra, pois cada um pode manifestar um sintoma, entre outros não mencionados acima.
Não superar o luto é não aceitar o fato, como se não estivesse preparado, ou não se sentir pronto para seguir a vida a partir de uma nova realidade. Pode significar um desejo reprimido ou interrompido durante a vida do falecido, culpa, vergonha, arrependimento por não ter feito algo, ou não honrado como deveria, até mesmo o sentimento de ter ficado coisas por fazer que não puderam ser feitas a tempo.
A intensidade do luto vai depender do histórico do indivíduo, das crenças que fundamentaram essa dor.
O luto patológico pode ser notado quando a vida começa a perder o sentido, não havendo tanto prazer quanto antes, agindo de forma apática e isolando-se de tudo e de todos.
Segundo a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, o luto pode ser dividido em 5 estágios de estados mentais que ocorrem de forma inconsciente e pode não seguir uma ordem específica. São conhecidos como:
Negação: fase do isolamento. É quando a pessoa se fecha, não quer falar com ninguém e se afasta de todos. É a fase dos questionamentos, dos “porquês”. Muitos especialistas acreditam que não é uma fase que dure muito tempo, pois é substituída por uma falsa aceitação parcial, que varia de pessoa para pessoa, dependendo da intensidade da mudança, ou da importância da pessoa perdida.
Raiva: “isso não deveria ter acontecido, não é justo”. a fase da revolta, rebeldia, ressentimento, descontrole emocional, quando não consegue conter a negação da perda.
Barganha/Negociação: a negociação da dor da perda, quando percebe que a raiva e a negação não adiantaram. Ela deseja ter uma vida melhor, se dedicar mais aos outros, faz promessas, sacrifícios, acordos, sendo mais fiel a algumas pessoas, dando tudo de si, se sacrificando sobremaneira para que outros possam ser felizes, enquanto ela mesma não consegue.
Depressão: tristeza profunda, quando toma consciência de que perdeu, e que nada mais faz sentido. Muitos levam anos para superar e a vida fica sem cor, as atividades perdem o sentido. Essa pessoa se isola do convívio social, com sentimentos melancólicos e apáticos.
Aceitação: percebe que não pode fazer mais nada, enfrenta a situação e segue em frente. A última fase de mudança. Nessa fase não há mais revolta, nem vazio, as tristezas se foram, pois a realidade não é mais questionada. É então que a dor se vai. Permanece a saudade e o amor pela pessoa que se foi.
O luto é um processo que precisa ser vivido, sem pressa, sem pular etapas, para que seja superado naturalmente, não existindo uma fórmula para lidar com a situação, pois é um processo particular em cada pessoa. O acolhimento e amparo familiar são fundamentais para que essa transição seja feita de forma segura. Caso a pessoa possua uma religião, é importante se apegar aos valores e crenças, pois facilitam o processo, gerando consolo, paz, esperança de dias melhores e convicções positivas.
A função da hipnose na superação do luto
A hipnose é uma ferramenta utilizada pela psicologia e reconhecida pela ciência e utilizada em vários âmbitos da medicina. Da mesma forma pode auxiliar na superação do luto, principalmente nas fases iniciais, quando a mente não quer aceitar o que está acontecendo, ajudando a transformar os sentimentos de dor em memórias positivas e boas lembranças. A hipnose atua como um reforço nas pessoas que querem superar, mas não conseguem, que buscam voltar à vida normal, mas são impedidas pela dor do luto.
O tratamento com hipnose tem a proposta de resgatar a autoconfiança, entusiasmo, e ajudar encarar a vida de forma positiva resgatando o sentido da vida, até mesmo tratar os sintomas agudos e depressivos durante o processo de luto.
Danny Reis é Hipnoterapeuta, Psicoterapeuta Sistêmico, graduando em psicologia (Estácio), pós graduando em neurociências(UFRJ) e treinador comportamental.
Para mais informações sobre programas terapêuticos, técnicas de respiração consciente e depoimentos sobre atendimentos, siga no Instagram: @dannyreis.terapeuta; agende um atendimento em Sulacap. cel e whatsapp: (21) 96496-9622.
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