PSICOnews | Ansiedade: saiba quando ela se torna um problema. O que é a ansiedade?

Ansiedade é um sintoma da vida normal, uma emoção orientada para o futuro que é ativada em circunstâncias de potenciais riscos. É uma sensação provocada pelo organismo e que nos move para uma ação diante de uma circunstância específica.
Quando precisamos fazer uma prova importante, apresentar um projeto no trabalho ou quando estamos aprendendo a dirigir, a ansiedade é aquela sensação que nos deixa alertas e desejosos de que tudo ocorra bem, e nos orienta no foco e na atenção para o que estamos fazendo. Nem sempre as expectativas são positivas quando nos autoavaliamos e nos conectamos com os possíveis resultados negativos que podem surgir. É por isso que nos dedicamos mais, para fazermos uma prova melhor, ou obtermos um desempenho excelente na apresentação do trabalho, não cometermos nenhum erro grave diante do volante nas primeiras aulas de direção, etc. Por isso que a ansiedade faz relação com uma expectativa sobre algo que pode vir a acontecer, ou não, e é extremamente necessária à nossa saúde mental.
Ao contrário do que muitos pensam, a ansiedade não é negativa, nem deve ser eliminada, pois, sem ela, não teríamos uma vida saudável. Até porque, ela é inerente ao ser humano e exerce um papel fundamental na evolução e preservação da espécie humana. Ela auxilia nossa capacidade de ação e reação e funciona como um medidor de possibilidades e alternativas, nos auxiliando no julgamento de decisões de ação rápida, e no propósito de obter um resultado positivo em nossas atividades. Ela também atua em nosso comprometimento do dia a dia e no nosso senso de responsabilidade. Imaginar uma vida sem ansiedade é desejar uma rotina sem motivação, comprometimento e sem ações emergentes, enérgicas e objetivas.
A ansiedade natural possui um período curto de atuação e dura o suficiente para dar suporte a uma determinada ação ou pensamento sobre o futuro ou uma ação no presente diante de uma real ou potencial ameaça. No entanto, nem sempre a ansiedade está equilibrada, devido às circunstâncias adversas que passamos na vida e acaba se tornando um problema para muitas pessoas, a ponto de desenvolverem transtornos emocionais, efeitos do desequilíbrio da ansiedade no organismo.
Quando a ansiedade se torna um problema?
A ansiedade persistente pode gerar pensamentos e sentimentos que, em algum momento, podem se tornar preocupações e medos, influenciando negativamente nos comportamentos, atitudes e expectativas sobre o presente e futuro. O que precisa ser observado é quando a vida começa a ser prejudicada por conta da ansiedade. E é nesse momento que ela se torna patológica, uma doença emocional ou psicossomática, pois aquele breve momento considerado saudável, acaba se tornando recorrente, gerando sintomas no corpo, na mente e nos comportamentos, resultando em fortes crises, impedindo pessoas de viverem uma vida normal.
A ansiedade é contagiosa?
Segundo a OMS, o Brasil possui as pessoas mais ansiosas do mundo. Isso se dá também pelo fator social. A ansiedade é contagiosa, porém a transmissão é pelo contágio social. Não é como um vírus que é transmitido pelo ar, porém, o convívio com pessoas ansiosas fortalece o hábito ansioso. Em muitos casos, o contágio acontece dentro da própria família, estando em contato com familiares ansiosos, observando como eles tomam suas decisões, como resolvem seus problemas e expressam suas dores e medos sobre o futuro. Muitos diálogos familiares estão carregados de negatividade, insegurança, frustração e todo o tipo de peso negativo sobre a perspectiva do futuro e do presente. As crianças de uma determinada família com o hábito ansioso passam a acreditar que aquele padrão é correto e replicam esse comportamento, podendo carregá-lo pelo resto da vida, repassando para seus filhos e familiares futuros, repetindo um padrão pré-estabelecido, podendo gerar um histórico familiar de transtornos de ansiedade.
Como identificar as crises de ansiedade?
Geralmente a crise de ansiedade é disparada por gatilhos específicos e outros processos na mente, como por exemplo, a ativação da amigdala cerebral. Esse processo é reforçado pela produção de cortisol e adrenalina no organismo através das glândulas suprarrenais. A ansiedade é provocada por eventos externos que geram preocupações internas, muitas vezes reforçadas por experiências negativas vividas no passado, que influencia uma expectativa negativa sobre tal circunstância no presente ou no futuro. As crises geralmente são identificadas por sintomas no corpo: palpitações, sudorese, tremores, dor ou aperto no peito, insônia, mudança no apetite, diarreia, boca seca, mãos geladas, falta de ar, tensão muscular, enjoo e vômitos, irritabilidade, enxaquecas, fadiga e outros; sintomas na mente: pensamentos negativos, dificuldade de concentração, medos constantes, preocupação exagerada que não condiz com a realidade, obsessão, baixa autoestima e outros; sintomas no comportamento: procrastinação, perfeccionismo, afobação, decisões demoradas ou erradas, comportamentos incomuns diante de situações normais, entre outros.
Quando a ansiedade está associada ao cigarro, álcool e drogas
Em muitos casos, as pessoas que fazem uso de álcool, cigarro ou drogas, sofrem de transtornos de ansiedade, pelo simples fato de tais elementos servirem de válvula de escape para amenizar os sintomas de ansiedade. Contudo, como a tendência dos sintomas é agravar, há o aumento da frequência do uso desses elementos, a ponto de se tornarem um vício. Os efeitos relaxantes vão diminuindo a partir de um certo tempo, por causa da adaptação do organismo. É sabido que eles podem agir como dispersores dos sintomas de ansiedade e são eficazes somente no momento do uso, porém, vão perdendo o efeito, e o usuário sente a necessidade de aumentar a frequência e a quantidade para alcançar o relaxamento desejado. A consequência disso é a piora do quadro de ansiedade, os picos das crises aumentam, ficando cada vez mais frequentes e intensas. Um transtorno de ansiedade não tratado, pode evoluir a longo prazo para uma depressão, se tornando um transtorno misto, podendo agravar o estado emocional negativo e os prejuízos acarretados pela falta de um tratamento adequado.
Cuidados para que a ansiedade não se torne uma doença
Tenha boa alimentação, sono de qualidade, pratique atividades físicas (e se for uma pessoa ansiosa, pratique atividade com intensidade), faça yoga e pratique técnicas de respiração consciente. Não use drogas e diminua a ingestão de café e estimulantes. Pratique atividades que tragam prazer, aumentando, assim, o nível de felicidade e o gosto pela vida. Esteja ao lado de boas companhias com hábitos saudáveis, sorria várias vezes ao dia mesmo sem motivos. Pratique o autoconhecimento, pois é fundamental conhecer a si mesmo para mapear os possíveis sintomas e poder, então, eliminá-los. Pratique meditação ou mindfulness, pois esses métodos são eficazes na busca do autocontrole emocional. Desenvolva sua inteligência emocional e aprenda a gerenciar as próprias emoções. Direcione seu foco para as perspectivas positivas da vida.
Caso persistam os sintomas e sejam recorrentes a ponto de atrapalhar as atividades do dia a dia, como trabalho, faculdade ou relacionamentos, procure um especialista para que possa encontrar o caminho adequado para a resolução desse transtorno emocional.

Danny Reis é Psicoterapeuta Sistêmico, Hipnoterapeuta, graduando em psicologia, pós graduando em neurociências (UFRJ) e treinador comportamental. Para mais informações sobre processos terapêuticos, depoimentos sobre atendimentos, técnicas de respiração consciente, acesse: https://liderancacriativa.com
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