Obama: simpatia e reconhecimento
Nunca antes na história desse país, um Presidente americano tenha sido mais cortês, educado, simpático e que mostre um pouco de conhecimento de nossa cultura. Claro que assessoria ajudou. Mas nada muda o ar tranqüilo de Barack Obama e o reconhecimento americano do Brasil no mundo.
Se antes a chancela americana para o Brasil entrar no Conselho de Segurança da ONU era impossível, tornou-se mais que provável após o primeiro encontro com a Presidenta Dilma. E não ficamos somente nisso.
“Muitos dizem que o Brasil é o país do futuro, então o futuro chegou”. Foram as palavras do primeiro Presidente negro americano, realizando o sonho de Martir Luter King. E foi além. Reconheceu que o Brasil cresceu graças aos últimos governantes brasileiros: FHC e LULA. Não poderia ser diferente, e o primeiro, junto com outros tantos ex-presidentes (e não menos importantes para a democracia tão elogiada por Obama) estariam no coquetel em Brasília.
Dilma não deixou de bater forte. Cobrou um comércio mundial mais justo, lembrando das barreiras comerciais a produtos brasileiros em áreas em que o país é competitivo, como na produção de biocombustíveis e suco de laranja. Mostrou que o Brasil não está para brincadeira, não quer ficar em segundo plano, é queria o reconhecimento disso pelos EUA. E teve, de certa forma. Obama até mostrou que a caminhada precisa ser conjunta. Lembrou que Brasil e Estados Unidos são as duas maiores economias das Américas e, também as duas maiores democracias da região. “Há muitas oportunidades comerciais que quero levar adiante”. E ainda citou que quer ser “grande cliente” do petróleo brasileiro.
Contudo, Obama também veio a trabalho. E não escolheu o Brasil como primeira parada latino-americana a toa. Muito se fez de acordos para o melhor intercâmbio dentro do Nível Superior. Mas, o principal de tudo foram os atos assinados em conjunto por Dilma e Obama. Apenas para registro, vou citá-los brevemente: Protocolo de Intenções sobre a ampliação de atividades de Cooperação Técnica; Parceria para o Desenvolvimento de Biocombustíveis de Aviação, Memorando de Entendimento assinado entre a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior da República Federativa do Brasil e a National Science Foundation dos Estados Unidos da América sobre as Dimensões da Biodiversidade; Memorando de Entendimento para o estabelecimento do Programa Diálogos Estratégicos Brasil-EUA assinado entre a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/Mec) e a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos da América e Brasil (Comissão Fulbright); Memorando de Entendimento para a Implementação de Atividades de Cooperação Técnica em Terceiros Países no Âmbito do Trabalho Decente; Memorando de Entendimento sobre Cooperação para Apoiar a Organização de Grandes Eventos Esportivos Mundiais (não se restringindo apenas a Copa e Olimpíadas como muitos acham); Acordo-Quadro sobre Cooperação nos Usos Pacíficos do Espaço Exterior; Acordo sobre Transportes Aéreos e Acordo de Comércio e Cooperação Econômica. Quem quiser ler todos os acordos na íntegra, vejam em http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/
Com tantas preocupações de academia, o Brasil poderá partilhar de experiências de nível técnico e de conhecimento. Crescimento a caminho. Além de financeiro e social, agora poderemos crescer ainda mais como desbravadores do conhecimento. Temos muita matéria prima para isso. E das boas, claro. Seria o caminho para o primeiro mundo? Quem disse que para ser de primeiro, temos que ser potência bélica?
Que o português arranhado, sempre seguido de um sorriso simpático de Obama, tornem-se uma assiduidade em terras tupiniquins.
Como parceiros agora, devemos sempre estar sentados na mesma mesa.
Yes we can! (Sim, nós podemos!).
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