Estudo que monitora concentração da Covid-19 no esgoto do Rio, aponta queda no início de Abril
Em princípio, a tendência de queda pode ser atribuída aos primeiros reflexos das medidas de isolamento social adotadas pelos governos municipal e estadual do Rio de Janeiro
A Cedae, junto com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), monitoram a concentração de SARS-COV-2 (o novo coronavírus) nos esgotos da Região Metropolitana do Rio. No estudo divulgado nesta semana, mostra uma alteração de tendência nos últimos 14 dias da pesquisa. A divulgação da Semana Epidemiológica 14, referente a semana 24 (29/03 a 05/04), indica que após elevação da média móvel de 14 dias durante sete semanas, os recentes resultados apontam para um recuo da concentração viral presente nos esgotos.
A partir da semana 17(15/02 a 21/02), os resultados do estudo mostraram um aumento da presença do vírus nas estações Leblon, Alegria, Barra da Tijuca, Penha, Ilha do Governador, São Gonçalo, Sarapuí e Vargem Grande. Entretanto, os últimos resultados apontam para alteração da tendência anteriormente observada, o que pode, em princípio, ser atribuído aos primeiros reflexos das medidas de isolamento social adotadas pelos governos municipal e estadual do Rio de Janeiro, com a antecipação de feriados, fechamento de comércio, serviços e redução da circulação de pessoas.
Nos mapas abaixo, é possível observar a diferença entre os resultados das semanas 23 (FOTO 1) e 24 (FOTO 2). Enquanto a predominância da cor vermelha indicava para a semana 23 o aumento da média móvel da concentração viral em relação ao resultado da quinzena anterior, a predominância da cor verde na semana 24 reflete, contrariamente, a redução da média móvel da concentração viral em relação ao resultado da quinzena anterior. A cor amarela expressa a estabilidade da situação da quinzena anterior.
(FOTO 1)
(FOTO 2)
O objetivo do estudo é servir de ferramenta de vigilância epidemiológica para ajudar o estado na adoção de políticas públicas e medidas preventivas contra a Covid-19. Marcelo Araújo, pesquisador da ENSP/Fiocruz, destaca que os resultados do monitoramento do vírus no esgoto antecipam, em alguns dias, os dados das notificações dos casos confirmados identificados pelo sistema da Vigilância Epidemiológica:
Isso permite a preparação da estrutura de saúde para o atendimento da população, assim como, alerta as autoridades municipais para o acirramento das medidas de distanciamento social”, explicou. As coletas, que tiveram início em setembro, são efetuadas semanalmente por técnicos da UFRJ, com o apoio dos agentes da Cedae, analisadas nos laboratórios da UFRJ e seus resultados são interpretados pela Fiocruz e pelos especialistas da SES
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