Em um ano no Rio, registros de óbitos cresceram 39,9% e 50 mil mortes a mais que a média histórica
Os dados do "ano da pandemia" constam no Portal da Transparência do Registro Civil
Com a crise de saúde pública instalada em razão da COVID-19, rede hospitalar à beira do colapso, aumento no número de mortes em domicílios em razão da falta de leitos ou do medo da ida aos hospitais, reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas aceleradas pelo vírus, o Rio de Janeiro completou o "ano da pandemia" com mais de 177 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica "Estatísticas do Registro Civil" em 2003. Os dados do "ano da pandemia" constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros. O número de óbitos registrados em Cartórios no "ano da pandemia", considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 177.165 mortes, um total de 50.536 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 39,9% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,6%, totalizando 38,3 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 21,3% no número de falecimentos.
"Os dados dos Cartórios de Registro Civil do Estado do Rio de Janeiro são responsáveis por embasar iniciativas e políticas públicas diferenciadas de diversos órgãos do Poder Público, entre eles, os voltados para saúde, educação, habitação e segurança. É imensurável a importância que esses dados possuem para a sociedade, e mais ainda, em um momento delicado e difícil como esse que estamos passando", afirma Humberto Costa, presidente da Arpen/RJ.
Já o Brasil fechou o "ano da pandemia" com um total de quase 1.5 milhão de mortos, número recorde desde o início da série histórica. No País, o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 1.498.910 mortes, um total de 355.455 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 31% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,7%, totalizando 29,3 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 13,7% no número de falecimentos.
Fevereiro recordista O agravamento da pandemia, fez de fevereiro de 2021, o mês mais mortal de sua própria série histórica no Estado, com um total de 12.467 óbitos registrados pelos cartórios no período, quase 3 mil óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 21,3% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 19,8 pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 10,8%. O número de óbitos registrados nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
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