E o maior defensor do juro baixo, morre.
- Alexandre Madruga
- 30 de mar. de 2011
- 2 min de leitura

Aos 79 anos de idade, o mineiro de Muriaé, José de Alencar Gomes da Silva falece depois de 13 décadas de luta contra seu próprio corpo. Sem um rim, parte do intestino, com cirurgias cardíacas, o ex-vice-Presidente do Brasil não só lutou contra um câncer que teimava em não lhe deixar, como também lutou incessantemente contra a forte alta dos juros.
A visão empresarial dentro de um governo do PT causou estranheza. Seu jeito franco de dizer as coisas, mesmo contra o próprio governo que participava, mostrava que esse homem, sem curso médio, contudo muito sábio, sabia usar da força do cargo para firmar sua posição. Dizia ele: “Vice não manda, solicita”. Mas a cada solicitação, lá se ia à taxa de juros em queda. Pouco a pouco o leão político que se tornou, engolia o leão da inflação. “Os juros têm sido um dos entraves maiores ao crescimento”, sentenciava o sábio Alencar. Ele tem e tinha razão.
Como um Garrincha da vida, driblou a morte inúmeras vezes. E brincava com isso. “Não tenho medo da morte, porque não sei o que é a morte”. Ao longo do mandato vice-Presidencial, teve várias chances de conhecer a sua algoz, mas ele sempre a despistou. A morte cansou de tentar levá-lo. Talvez soubesse ela, que ele só se renderia quando a luta, o mandato terminasse. E assim foi, depois de 88 dias da conclusão do governo Lula. Acho que ele pediu uma carência de três meses, mas a morte não quis esperar o prazo.
Fica o legado de um homem corajoso e audacioso. Firme no seu propósito, braço direito de Lula, contribuiu muito para a reeleição da Presidente Dilma.
Vai o homem, ficam seus atos.
Cabe a história não deixar que mais um vice seja esquecido.
Decanse em Paz, Alencar.
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