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Dia Mundial do Autismo chama atenção para falta de conhecimento sobre o transtorno

Acompanhamento multidisciplinar e apoio familiar são essenciais no tratamento da síndrome

Nesta semana, no dia 02/04, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data, criada em 2007 pela Organização das Nações Unidas, tem como finalidade não só levar informações sobre o Autismo para a população, como também combater a discriminação e o preconceito que, muitas vezes, as pessoas afetadas pela síndrome sofrem, principalmente crianças e adolescentes.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), só no Brasil são 2 milhões. Daniella Dualib Uvo, psicóloga da Clínica Maia, especialista em neuropsicopedagogia e autismo, comentou sobre o assunto:


O TEA é a denominação dada a um conjunto de características provenientes de um desenvolvimento neurobiológico anormal. Há evidências de que essa diferença neurológica esteja presente desde antes do nascimento. Porém, os sinais da síndrome no comportamento, muitas vezes, podem ser observados/detectados só entre 9 e 10 meses de idade do bebê

Entre as principais características da síndrome neuropsiquiátrica estão as alterações no desenvolvimento de habilidades sociais, de comunicação e linguagem, interesses, comportamentos repetitivos e um processamento sensorial diferenciado, ou seja, a percepção e a interpretação das situações podem ser totalmente diferentes em autistas. Sua reação, portanto, a determinado acontecimento pode ser bastante desproporcional e incomum, exagerada ou indiferente demais, principalmente quando relacionado aos sentidos.


Por exemplo, um barulho que no geral não incomodaria pode ser insuportável para o autista, assim como determinadotoque (um forte abraço) pode ocasionar sensação de desconforto e até dor. No paladar, algo novo ou com uma consistência diferente na boca pode desencadear intensa repulsa e náusea.


O autismo possui três níveis, sendo autista leve aquele que precisa de pouco apoio para realizar tarefas básicas, o nível moderado já necessita de um auxílio mais significativo, e o autismo severo exige um suporte integral . A gravidade da condição está ligada a prejuízos na comunicação social e em padrões restritos de comportamento. Daniella destacou que:

O diagnóstico é basicamente clínico, através dos sintomas trazidos pela família e pela nossa observação do paciente. Comportamento repetitivo, interesses fixos e restritos, problemas relacionados aos estímulos sensoriais (reagir de maneira incomum ao som, ao toque físico, ao cheiro, à luz e ao paladar) são características de alerta. É importante um acompanhamento de perto do pequeno por uma equipe multidisciplinar, que pode envolver psicólogos, psiquiatras, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, educadores físicos entre outros profissionais

O tratamento inclui a criação de um ambiente especialmente focado e adaptado para o aprendizado do autista. É extremamente importante a criação de interações sociais e dinâmicas estimulantes através de jogos, brincadeiras e tecnologias apropriadas, porque facilita a reorganização cerebral e integração social da criança . O cérebro humano é capaz de se modificar em termos de estrutura e funcionalidade e, por isso, responde bem às mudanças estratégicas do ambiente e aos estímulos sensoriais.


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