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Foto do escritorAlexandre Madruga

Atendimento a distância pode ser peça-chave para achatar a curva do COVID-19


*Por Gabriela Vargas

Em meio ao caos que se instala nos lares e nas empresas neste momento, fico pensando em como as tecnologias podem apoiar as empresas de saúde. Eu, assim como a maioria, a qualquer tosse ou espirro já penso: "Será que estou com o COVID-19?" Minha primeira atitude é ir para o Google e ver quais são os sintomas. Mas é difícil encontrar algum site que me permita saber de forma personalizada qual a minha situação. Todos são meio genéricos. Febre? Tosse? Se tosse, seca? Bom, um ou dois sintomas eu tenho, mas e agora? Corro para o Hospital? O desafio é que a COVID-19, assim como muitas doenças, não é um sintoma isolado que vai dizer o que você tem. E sim, uma combinação de fatores, dentre estes, quem você é: seu histórico de doenças, sua idade, etc. E é assim que as emergências lotam. E muitas vezes lotam com casos de pessoas que não deveriam estar ali, pois estão sem o vírus mas, lá, têm grande probabilidade de contrair. Pensando nisso, uma das medidas que o governo tomou foi a liberação da telemedicina (pela portaria 467/2020, do Ministério da Saúde). Até aí, ótimo. Mas e agora? Quantos profissionais nós temos à disposição para fazer o atendimento? Não sei se você tentou ligar para algum canal de tele-saúde nos últimos dias. Eu tentei. Fiquei 40 minutos esperando um atendimento. E isso foi antes da paralização total. Não estou criticando o tempo de atendimento. Mas fico refletindo sobre como fazer para não abarrotar as centrais de atendimento com pessoas que estão apenas assustadas. Nesta hora eu fico muito feliz em trabalhar com tecnologia, pois a tecnologia pode ajudar nisso. Imaginem uma triagem automatizada, onde você fornece dados sobre a sua situação de saúde e, de acordo com cada combinação, você é direcionado para um atendimento específico. Não seria ótimo? Para casos leves, algum enfermeiro conversa com você por um chat. Em casos mais graves, talvez uma ligação ou uma vídeo chamada com um médico que vai conversar com você e dar a devida recomendação. Casos com baixa probabilidade, um direcionamento para que você aguarde. Esse tipo de automação de triagem reduziria imensamente a quantidade de atendimentos que um profissional de saúde precisaria fazer e direcionaria para eles somente os que fizerem sentido. Entre os resultados: pacientes mais tranquilos, com acesso a um diagnóstico confiável, sem sair de casa. Além disso, reduziria imensamente a exposição dos profissionais da Saúde ao vírus. Os benefícios estão comprovados. Segundo relatório divulgado pelo Juniper Research, usando como exemplo de atuação da tecnologia na Saúde somente os chatbots, com aplicação anual até 2022, haveria uma economia de US﹩ 3,6 bilhões no atendimento em escala global. Então, que tal aliar tecnologia e saúde para tentar achatar essa curva? A gente está fazendo a nossa parte e falando com todos os hospitais e clínicas que conhecemos para ver como podemos ajudar. *Gabriela Vargas é diretora de Marketing e Produtos na Zenvia, plataforma de comunicação que simplifica a relação entre empresas e consumidores.

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