A Inclusão
Incluir significa pertencer. Quando alguém está num grupo, ele faz parte de alguma coisa, ele participa, ele é respeitado. Assim, quando vemos crianças com dificuldades serem encostadas num canto da sala de aula, sem ter a condição de fazer a atividade que o professor passou para a turma, elas precisam ser incluídas, necessitam ser pertencentes aquele contexto. Aí que entra o papel da escola. Sim, é a obrigação da escola criar estratégias de ensino individualizado.
O INDIVÍDUO - palavra difícil de ser entendida pela Educação Brasileira! Somos indivíduos, assim, somos diferentes, mas temos direitos iguais. Mas para que estes direitos IGUAIS sejam plenamente cumpridos temos que agir DE FORMA DIFERENTE, para que cada individuo se desenvolva plenamente.
Assim, é inadmissível ver crianças especiais, em turmas regulares, fazendo as mesmas avaliações que outras crianças da turma. É repugnante não oferecer a atenção especial ou individualizada e deixá-la a própria sorte. É triste assistir esta “inclusão”, na qual a escola espera que a criança especial se adeque ao ambiente e não o contrário. A verdadeira inclusão consiste em o ambiente ou contexto se adequar a criança com dificuldades. Pois é mais fácil todos se adaptarem à sua maneira.
Para ser mais clara, a escola precisa deixar de funcionar como indústria e ser um ambiente de formação do ser de forma integral. A Neurociência já vem trazendo tantos estudos a respeito! A psicologia nem se fala! As pedagogias alternativas à Educação Tradicional nos mostram esta visão. A demanda atual dos alunos nos revela, a todo momento, que a Educação precisa olhar o indivíduo e não o coletivo. Pois este denota ser produto, ou coisa e não gente.
Em cada relato que ouço e cada cena que vejo sobre episódios entre crianças especiais negligenciadas em escolas, percebo quão embrionária é a tentativa de inclusão neste país. Assim, sou a favor de escolas especiais e formas alternativas de educação, até que as escolas atuais se adequem a atual realidade. Não sou a única insatisfeita com este cenário. Isso precisa mudar, mas não é com conteúdo excessivo e com alfabetização precoce, não! É com a mudanças de paradigmas sobre o que é Educar.
Luciana Menz é Arteterapeuta, Aromaterapeuta, Arte Educadora e responsável pelo Espaço Arte No Quintal. (21) 98895-7312