Jorge da Capadócia: um verdadeiro cristão
Durante os últimos dias vim postando em minhas redes sociais, a história de Jorge da Capadócia, que foi um soldado romano na época de Diocleciano. Meu intuito foi esclarecer a origem cristã daquele ex-militar, que sem pegar em armas, lutou a favor daqueles que tinham Jesus Cristo como único. A luta dele foi por não adorar as imagens dos deuses romanos. Contrariando o imperador em dizimar os cristãos que não as adorassem, Jorge se levantou em pleno senado romano, dizendo que não cumpriria as ordens. Acabou morto por isso, mas sua sobrevivência a cada penitência "diocleciana", fazia com que soldados do império passassem a crer que Jorge tinha razão no que pregava.
Trazendo para os dias de hoje, quando se comemora efusivamente o dia de São Jorge no dia 23 de abril, causaria estranheza a Jorge as adorações a ele. Mas, acho que o “guerreiro” entenderia o clamor popular pela luta de hoje em dia, que o povo trata com tanta semelhança às agruras que o jovem soldado passou séculos atrás.
O que me remete ao tema é o extremismo que por vezes são levadas algumas causas. A famosa alvorada de São Jorge ganhou ares épicos esse ano. Próximo a minha casa ouvi uma alvorada normal, como todos os anos. Mas às 18h, teve nova queima de fogos, que durou (pasmem!) quase 30 minutos. Gente, no réveillon em Copacabana a queima dura em torno de 20 minutos. Não era hora de diminuirmos esse esbanjamento e convertermos em ajuda aos mais pobres ou instituições de caridade? Não poderíamos diminuir os eventos em 15 minutos, e esse valor que seria gasto ser investido em algo social? Certamente o “santo” ficaria mais satisfeito em ver a causa que ele tanto lutou, em ajudar o próximo, ser colocada em prática.
Também percebi nos jornais do dia, que o tema São Jorge estava em duas retrancas diferentes. Uma na seção de cotidiano, outra na seção economia. É isso mesmo, e-c-o-n-o-m-i-a. Simplesmente pelo movimento comercial que o dia do santo ganha a cada ano. Vendas de todos afins relacionados ao “guerreiro” bombam no dia, fazendo com que os bolsos de uns fiquem cheios, em prol da fé dos outros. Já que é em homenagem ao homem da Capadócia, porque não converter todo o lucro (ou boa parte) às igrejas que celebram o dia dele. Enfim, apenas um desabafo que vê tanta desigualdade, mas tantas pequenas soluções que poderiam minorar a vida dos menos favorecidos.
Um dado curioso sobre o Dia de São Jorge, é que a data também é comemorada na Espanha, que costuma dar rosas às pessoas, que também se comemora o dia do livro, já que Cervantes também morreu nessa data. Como sempre o velho mundo sempre preza o lado cultural. Ao menos é uma ajuda ao próximo.
Outra situação importante diz respeito à Capadócia, local de nascimento de Jorge. De acordo com alguns estudos, no qual publiquei num livro que fiz sobre o cristão e ex-soldado romano, hoje a Capadócia estaria dentro da Palestina, em Israel.
Quer mais prova do quanto Jorge era um verdadeiro cristão?
Texto originalmente publicado em 24 de abril de 2013.
https://alexandremadruga.wordpress.com/2013/04/24/jorge-da-capadocia-um-cristao/