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Andressa Gonçalves - Estudante de Design de

CINENews | Colette: A injustiçada do Oscar


Como convencer o público de que uma atriz britânica é na verdade uma grande personalidade francesa? É simples: basta colocá-la em figurinos estonteantes e estilosos. Nesta semana, voltaremos ao início do século XX, e seremos transportados ao mundo da renomada escritora francesa Sidonie Gabrielle Colette, mais conhecida simplesmente por Colette.

Ela foi a responsável por algumas das principais obras da literatura francesa, sendo inclusive uma das indicadas ao Prêmio Nobel de Literatura em 1948. Mesmo tendo tanta importância na história da literatura mundial e sendo uma das principais influências para diversos escritores contemporâneos, a vida e trajetória de Colette parecem ter ficado um pouco esquecidas com o tempo; e é exatamente essa injustiça que seu filme homônimo parece estar disposto a reparar.

Keira Knightley como Colette | Foto: Divulgação

O longa Colette, estrelado por Keira Knightley (conhecida pela participação em filmes como Orgulho e Preconceito e Piratas do Caribe), traz uma bela homenagem à obra e à memória da autora, que era uma mulher muito a frente do seu tempo.

Com interpretações estelares, principalmente vindas de Keira, Dominic West (que interpreta Willy) e Denise Gough (no papel de Missy), o filme retrata a história de Colette, uma jovem escritora que começa na profissão ao se casar com Willy. Ele é muito ciumento e se aproveita de todo o talento de Colette, publicando as obras da esposa como se fossem suas. Em meio a um relacionamento conturbado e abusivo, Colette acaba conhecendo Missy, com quem começa a viver uma história de amor.

Keira parece ter nascido para fazer filmes de época, já acumulando vários em seu currículo. O que é interessante em vê-la interpretar Colette é que, mais uma vez, a atriz nos surpreende com sua habilidade em tornar cada personagem que interpreta em única; por Colette, por exemplo, ela poderia até (e deveria) ter sido indicada ao Oscar. Keira interpreta uma Colette sensível, vulnerável e perspicaz, que utiliza suas experiências de vida, por mais traumáticas que sejam, para seu amadurecimento pessoal e como fonte de inspiração para suas obras.

Conforme o tempo passa na película, podemos perceber um gradual amadurecimento na personagem, com pequenas mudanças em seu comportamento que sutilmente a levam a compreender melhor o mundo ao seu redor e descobrir cada vez mais quem ela realmente é. Em um mundo onde o empoderamento feminino é um assunto cada vez mais abordado e necessário, Colette se mostra disposto a ser uma peça chave nessa luta, mostrando que a batalha das mulheres pelo merecido reconhecimento e espaço profissional é algo que existe há muito tempo.

Conforme mencionado anteriormente, os figurinos também são impressionantes, principalmente pela riqueza de detalhes e acuracidade histórica que possuem. Os diálogos são um pouco extensos mas estimulantes e cheios de tiradas geniais, o que nos leva a outro ponto interessante que é muito acertado no longa: seu ritmo. A narrativa flui de forma tranquila, contando com excelentes transições de cena, e uma passagem de tempo tão sutil que quando o filme termina, fica-se com aquele gostinho de quero mais.

Nota do Filme: 04 Pipocas

Colette foi um filme injustiçado no Oscar, era esperado (merecidamente) que ele concorresse em ao menos 3 categorias (Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Atriz, e Melhor Figurino). Em suma, ele se apresenta como uma grata surpresa: um filme extremamente agradável de assistir mas também forte em suas convicções. Você sai do cinema com a sensação que todo o filme biográfico deveria deixar: querendo conhecer mais sobre a personagem principal do filme.

Festival Cinesystem Diversidades, para mais informações clique aqui.

Se você ficou interessado(a) em assistir Colette nas telonas, o Cinesystem Sulacap está participando de uma campanha da rede Cinesystem chamada Festival Diversidades, que estará disponível até amanhã (13/02), onde vários filmes (inclusive Colette) estarão sendo exibidos em algumas salas da filial. O festival exibirá 6 filmes que valorizam as diferença e “buscam representar a pluralidade do ser humano” segundo o site da marca. Não perca essa oportunidade, prepare a pipoca e bom filme!


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