SERVSOCIALnews | Família: Afetos e desafetos
Tenho acompanhado ultimamente com certa frequência e acredito que vocês também caros leitores o enorme contingente de famílias lideradas e administradas por mulheres, tendo essas como gestoras da família tanto financeiramente quanto afetuosamente e no que diz respeito à educação dos filhos, a ausência paterna tem se tornado um hábito muito mais comum, e nesse caso não falo somente da responsabilidade de criar, manter e educar penso e reflito sobre uma questão muito mais séria do que essa, o desafeto de seus genitores, o ato de dar pouca importância, ou melhor, não dar importância, ser negligente em relação à prole, consta em meus atendimentos um número muito maior quando se trata de uma criança com deficiência, são situações que se apresentam diariamente na rotina de trabalho, a total ausência da figura paterna na vida da criança, digo com convicção, pois realizo entrevistas sociais todos os dias.
Eu percebo que o descaso pelos filhos se tornou tão frequente que quando me deparo com um pai presente, participativo e afetuoso na vida de uma criança com deficiência tenho até vontade de soltar fogos, tamanha é minha alegria, contudo preciso me conter, pois isso é o natural, é assim que deve ser, mas o natural nesse caso acaba se tornando sobrenatural e infelizmente é essa a realidade.
Afeto é algo primordial para o bom desenvolvimento na vida de uma criança, presença materna, paterna, família e sociedade devem interagir entre si para que ocorra o pertencer o acolhimento e o afeto, a negligência, o desafeto por qualquer uma dessas partes causa sobrecarga em algum lado e quase sempre na figura materna, é possível constatar também reflexos na criança, com consequências como o sentimento de abandono e exclusão.
Muitas famílias têm alguma ausência, mas para cada uma delas é possível uma solução, o importante é refletirmos sobre nossas decisões futuras, é necessário que se tenha certeza do que se deseja para o futuro e criarmos nossos filhos para que tenham responsabilidade e afeto ao se tornarem adultos, o presente não temos como mudar, mas o futuro sim. Podemos mudar essa história daqui pra frente, nossos meninos serão os pais de amanhã, lembrem disso.
Meu sincero apoio para todas as mães que criam, educam, sustentam e permanecem fortes mesmo diante de tantos desafetos.
Meu nome é Benilce, sou Assistente Social pela Universidade Castelo Branco, Especialista em terapia de família pela Universidade Candido Mendes e Historiadora pelas Faculdades Integradas Simonsen.
Meu contato: valeubere@hotmail.com