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Frederico Ramos - Psicólogo

PSICOnews | Você tem Nomofobia?


Sei que o nome pode parecer estranho, mas é cada vez mais comum ouvirmos falar nessa nova espécie de transtorno, que para muitos pesquisadores manifesta-se como o maior vício do século 21.

Certamente a esta altura você deve estar se perguntando o que pode haver de errado ou ruim no uso de uma tecnologia tão eficiente para resolver não apenas os problemas de distância, mas também para solucionar estratégias de mercado que antes pareciam ser intransponíveis.

Seria lindo se não fosse trágico a constatação de que, mais de 60% das pessoas parecem sofrer desse problema de acordo com algumas pesquisas genéricas publicadas diariamente em jornais e revistas do país.

Em resumo, podemos delinear a nova doença através de alguns sintomas principais, tais como o medo de ficar sem o aparelho celular, de ficar sem o sinal de internet e até mesmo o medo de ficar sem bateria.

O estranho termo é oriundo da expressão britânica"no-mobile-phone-phobia" de acordo com alguns estudos psicológicos publicados a partir de 2008 no Reino Unido, e que procuravam medir e observar os níveis de estresse causado por aparelhos eletrônicos.

Apesar da doença ainda não ser incluída nos manuais e glossários de diagnóstico psiquiátrico, é evidente e notório o aumento do número de queixas e de relatos nos consultórios de quase todos os profissionais de saúde. Não apenas pelo transtorno em si mas também pelos prejuízos físicos e sociais observados na prática clínica.

Os sintomas mais específicos podem estar associados até mesmo a transtornos mentais pré-existentes, entre eles a fobia social ou agarofobia, transtornos de pânico e depressão.

Por isso, vale a pena ficar atento a maneira como você esta absorvendo e reagindo ao avanço tecnológico, em harmonia com o funcionamento das suas relações com as pessoas e com o mundo. Tanto no meio familiar quanto na vida afetiva e social como um todo.

Alguns sinais de alerta servem para prevenir um possível agravamento no quadro e representam um poderoso instrumento de prevenção. Por isso, se você notar algum sentimento de baixa auto-estima, personalidade demasiadamente extrovertida ou introvertida, impulsividade, compulsividade e tendência ao uso de substâncias psicoativas, mantenha a atenção em sua vida e faça uma auto-avaliação a fim de buscar alguma possível ajuda profissional.

O aumento da ansiedade pode se manifestar de diversas formas e provocar a diminuição do rendimento escolar e profissional. Além disso, pode causar diretamente o surgimento de lesões físicas, motoras e favorecer o aumento significativo do número de acidentes de trânsito.

Há quem diga não conseguir, dirigir, comer e ir ao banheiro sem carregar o bendito aparelho celular.

Tenho a impressão que em breve estaremos nos deparando em sociedade com cenas meio que absurdas, apenas observadas em filmes de comédia antiga ao estilo Mel Brooks ou Woody Allen.

Para dar aquela dica de sempre, deixo aqui alguns pontos para nosso exercício de reflexão do dia a dia:

1. Questione-se sempre sobre a real necessidade do uso do aparelho de celular.

2. Faça refeições sem o aparelho ao lado

3. Inicie seu dia com hábitos serenos e costumeiros no seu ambiente familiar.

4. Dê preferência para sua vida social real e para seus amigos reais

5. Procure dedicar um dia da semana para fazer sua higiene mental, dedicando-se a um hobbie, uma atividade esportiva, artística ou musical. Tudo isso longe do seu aparelho.

6. Dê mais atenção às pessoas que estão a sua volta, principalmente quando estiver em alguma roda de conversa ou restaurante

7. E lembre-se que buscar informações na internet pode te fazer mais bem informado, mas não necessariamente sábio!

Beijos reais e virtuais para todos e até a próxima semana!

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