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PSICOnews | Quero matar meu chefe!

Frederico Ramos - Psicólogo

Quem nunca ouviu algum amigo ou familiar esbravejar ao referir-se ao próprio chefe no ambiente de trabalho? Talvez você mesmo já tenha recordado de algum momento difícil, ou daquela desagradável "chamada de atenção" que acabou lhe marcando mais profundamente.

Longe do nosso objetivo fazer qualquer apologia a violência com o título do nosso texto. Pretendo com isso, apenas trocar algumas idéias que parecem estar muito presentes na vida profissional de todos nós.

Confesso que tenho encontrado inúmeros relatos sobre o assunto, tanto em consultório quanto na vida social, sobre o horror de enfrentar a figura do chefe. Uma espécie de epidemia nos dias atuais!

Há quem diga preferir enfrentar o diabo a ter que lidar com o chefe. Mais ainda quando o dito cujo resolve cismar com a nossa cara e incorporar o papel de torturador.

São muitos os mitos e as crenças que ainda permeiam o nosso inconsciente quando nos deparamos com esse problema. Afinal de contas, falar sobre a figura de um chefe no ambiente de trabalho nos remete diretamente às nossas maiores ou menores dificuldades para lidar com a autoridade, com a ordem e com nossa capacidade de "engolir sapo" em determinadas ocasiões.

Nesse sentido, cabe ressaltar aqui ao caro leitor que a prática de deglutir o referido anfíbio, nem sempre é algo negativo. Por isso, arrisco-me a dizer que um grandes segredos para o sucesso profissional é justamente a capacidade de lidar e "negociar" as suas próprias emoções, quase sempre recorrendo ao exercício da auto-reflexão e do auto-conhecimento.

Em meados de 2017 realizei um curioso whorkshop no Rio de Janeiro com o título: "Como não matar seu chefe!", com o objetivo de acolher um pouco mais a enorme demanda que observava na busca da qualidade de vida no ambiente de trabalho, desde os mais jovens, aos mais vividos. O resultado não poderia ser outro. A evento manifestou um expressivo quadro da necessidade das pessoas pela busca do tão desejado equilíbrio emocional.

E quando falo em equilíbrio emocional, refiro-me ao aspecto mais genérico da causa. Até porque em nossa literatura mais banal não faltam títulos bastante difundidos na corrida pelo lucro no campo editorial. Afinal, quem nunca ouviu falar em inteligência emocional, inteligência social, inteligência relacional, etc.?

Nossa coluna de hoje vai direto ao ponto sem jogo de conversa fiada, procurando trazer ao caro leitor quatro dicas diretas e objetivas para aqueles que enfrentam sérios problemas na vida profissional.

Aqui vão elas:

1. "Conhece-te a ti mesmo"

Para quem nunca ouviu falar em Sócrates, famoso e antigo filósofo grego e autor deste pensamento, proponho a seguinte pergunta: Quem sou eu? Tente responder para si mesmo da forma mais verdadeira possível. Veremos assim que tudo que nos parecia simples começa a causar um certo tipo de incômodo em nossas cabeças. Com esse exemplo vamos notar que quanto mais busco me aproximar das minhas próximas verdades, mais me aproximo também de uma certa autenticidade e uma maior autonomia. Condições essenciais para o desenvolvimento de uma boa relação na construção de uma psicologia positiva e para um mundo melhor. Portanto, quanto mais me conheço, melhor são as chances de sucesso nas minhas relações com as pessoas e comigo mesmo.

2. Cuidado com seus "Mecanismos de Defesa".

Para dar uma breve e clara explicação a respeito, vamos recorrer a idéia de inconsciente. Somos possuidores de uma mente dividida basicamente em duas partes. O consciente e o inconsciente. A maior parte dela e talvez a mais poderosa é o inconsciente, pois ele é uma espécie de "caixa preta" onde guardamos todos os nossos desejos, vivências e uma espécie de histórico emocional, desde nossa vida intra-uterina. Saber sobre a existência do inconsciente não nos livra de qualquer sofrimento, porém alerta-nos para uma melhor percepção sobre a maneira como realizamos nossas escolhas e como nos comportamos no mundo. Quase sempre é o inconsciente que nos trai naquilo que falamos e pensamos, tentando trazer à tona nossos mais verdadeiros desejos. Cabe aqui reproduzir uma frase que ouvi há pouco tempo e que traduz com precisão essa idéia: " Nosso maior inimigo mora dentro de nós mesmos"

3. O poder do elogio!

A terceira dica é muito simples e acredito que todos tenham a capacidade de treinar e observar o quanto são interessantes os resultados. O elogio vedadeiro é um poderozíssimo instrumento para o desenvolvimento da empatia e da boa convivência. É através dele que conseguimos marcar positivamente uma pessoa, construindo um terreno favorável na relação de trabalho e melhorando a comunicação, a cooperação e principalmente a resolução de conflitos. Entretanto, quero destacar em alto e bom tom que, esta valiosa dica só é válida quando o referido elogio é legítimo de real convicção e autenticidade. Sei que a esta altura estão pensando na possibilidade de uma eventual mentirinha para obter alguma vantagem. Mas sem querer decepcionar, devo adiantar que, é muito fácil e notório para todo e qualquer mero mortal, reconhecer um falso elogio. Por isso, é melhor não arriscar.

4. Mente saudável também é corpo saudável.

Na atual era onde a ciência parece comprovar que as boas ações, o altruísmo e a generosidade são atitudes fundamentais para a manutenção da saúde e o aumento da qualidade do nosso sistema imunológico, é indispensável que adotemos alguns hábitos e comportamentos na nossa vida cotidiana. Para exemplificar tudo isso, basta recorrer a descoberta da Ocitocina, mais conhecida como o hormônio do amor, capaz de produzir na vida humana um papel fundamental para a regulação das emoções. Afinal de contas também somos produto de uma complexa rede de conglomerados químicos que estão presentes o tempo todo na expressão do nosso comportamento e na maneira como sentimos os acontecimentos e as pessoas que nos cercam. Além disso, sabemos que a ocitocina ajuda a combater o estresse, equilibrando os níveis de cortisol e adrenalina em nossa corrente sanguínea.

Sei que a esta altura o caro leitor já esteja se perguntando como fazer para produzir ou comprar essa tal de ocitocina.

E para responder a este questionamento e fechar a nossa matéria de hoje, deixo aqui algumas dicas de como conseguir aumentar seus níveis de ocitocina:

- Permita-se sentir as sensações de bem estar, relaxamento, proteção e segurança. - Use e abuse de abraços, contatos físicos, massagens e cafunés. - Faça muito sexo e com qualidade. - Procure um esporte ou atividade física que você mais se identifique. - Recorra a uma alimentação mais saudável e equilibrada. - Acima de tudo, pratique boas ações, seja generoso e pense sempre nos outros, buscando empatia, honestidade e compaixão.

Em resumo, uma vida com mais amor é sem dúvida uma vida muito mais saudável!

Sejam felizes!

Frederico Ramos é psicólogo clínico, psicanalista, pós-graduado nas àreas de saúde, educação e idealizador do Canal Fred Explica. Youtube: Fred Explica Facebook: @ofredexplica Instagram: @ofredexplica

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