CONDOMÍNIOnews | O novo Síndico do Condomínio é o Sr. Nonô!
A harmonia nos condomínios deve ser buscada com persistência!
A abstenção nas reuniões de condomínio é um fato comum e ocorre em grande escala. Este comportamento adotado pela grande maioria dos condôminos, em alguns casos chega a percentuais tão absurdos que praticamente inviabiliza a realização da própria Assembleia. Isto não pratica outorga a um pequeno grupo toda responsabilidade por todas as decisões tomadas. Decisões estas que influem diretamente na vida das pessoas e frequentemente no orçamento do condomínio.
“Em Política, abstenção é o ato de se negar ou se eximir de fazer opções políticas. Abster-se do processo político é visto como uma forma de participação passiva. Importante destacar que a abstenção eleitoral é uma atitude aceita por anarquistas e muitas vezes condenada por alguns democratas. Para todos os efeitos, a abstenção não deve ser encarada como recusa de participação e irresponsabilidade, mas sim como "cegueira social" desencadeada por fatores externos aos cidadãos, a qual num Estado dito "democrático" deveria ser analisada amplamente de forma a promover a inclusão social, e participação das populações na política.”
A principal reunião do condomínio é a Assembleia Ordinária anual, compromisso obrigatório que define para o próximo exercício, o orçamento, projetos, e a eleição do Síndico e dos demais membros do Grupo de Gestão.
Percebam que este é literalmente um ato político que define, dos candidatos, quem será o eleito para um mandato legal, previsto no código civil, e legitimado com o registro da ata da eleição em cartório!
Onde o eleito somente poderá ser destituído de seu mandato por renúncia, morte ou mediante a realização de uma nova Assembleia que trate do assunto eleição de Síndico.
Na prática o que se observa nas assembleias além da abstenção é a falta de interesse dos presentes em se candidatarem ao cargo de Síndico. Aliás o desinteresse por participar do grupo de gestão, que é constituído além do Síndico pelo Subsíndico e Conselheiros, também é fato comum.
Diante de tal cenário o que normalmente ocorre é que a maioria presente busca alguém que seja elegível e que “supostamente” tenha os requisitos necessários para assumir como Síndico. E é muito comum se estabelecer que os requisitos necessários disponibilidade e honestidade, bastam para que o elegível possa assumir a responsabilidade inerente ao Síndico!
E desta forma alguém é eleito. Porque o Condomínio não pode ficar acéfalo!
A partir daí é comum iniciar-se um processo onde o Síndico tende a se perpetuar na gestão do condomínio, e após algum tempo neste processo de falta de candidatos e reeleição, cria-se um vício de tal maneira que este assume atitudes e toma decisões unilateralmente. O que paradoxalmente desencadeia um processo cíclico de desconfiança por parte dos moradores e o sentimento do Síndico de não poder contar com estes mesmos moradores que o criticam regularmente, mais que não participam das decisões do condomínio e em muitos casos nem procuram saber dos projetos, problemas, custos etc.
Aliás, é muito comum a falta de participação do próprio Subsíndico e dos demais membros do Conselho Consultivo. Que acabam se tornando meros personagens decorativos!
Foi num ambiente semelhante a este que o Sr. Nonô, militar aposentado, especializado em mecânica de carros de combate, adimplente, com integridade acima de qualquer suspeita, extremamente simpático e do tipo “faz tudo”, foi eleito Síndico do “Condomínio da Harmonia”.
Vale ressaltar que também foram eleitos os demais membros do grupo de gestão em chapa única!
Depois de muita justificativa dos membros eleitos, do porque não poderiam se comprometer com tal responsabilidade. Mesmo com muitas restrições e todos de “mãos lavadas”, foram eleitos em terceira chamada com o um percentual inferior a 20% dos condôminos aptos a votarem.
Esta mesma Assembleia também aprovou o novo orçamento para o próximo ano. Algumas obras de manutenção na fachada dos prédios, o Condomínio é composto por duas torres de dez andares com quatro apartamentos por andar; a reforma da quadra polivalente; a substituição do filtro da piscina de adultos e a construção de uma pracinha para as crianças, numa área de matagal de aproximadamente 280 m2 localizada ao fundo do condomínio.
Após tapinhas nas costas, vários parabéns, apertos de mãos e alguns votos de boa sorte. O Sr. Nonô agora Síndico eleito, arregaçou as mangas e, pois, as mãos nos instrumentos que lhe foram transferidos, o orçamento, os projetos, e demais “coisas” a fazer.
Não tardou muito para perceber que de fato o tal “Grupo de Gestão” resumia-se a ele!
Nenhum dos demais membros manifestaram qualquer pró-atividade para ajudá-lo no andamento dos trabalhos. Nem para tomarem ciência dos problemas a serem tratados. Bom afinal de contas o único aposentado do grupo era ele, todos os demais saíam muito cedo para seus trabalhos e retornavam muito tarde. É claro que nos finais de semana aproveitavam para relaxar e dar atenção a suas famílias.
Diante disto o Sr. Nonô que nunca havia exercido função de gestão em questões tão variadas que vão desde administração de pessoal, relacionamento com fornecedores, engenharia civil, elétrica, gestão de equipamentos, cobrança, questões jurídicas entre outras, buscou em seu bom senso e em suas referências profissionais, métodos para conduzir as tarefas de sua nova responsabilidade de Síndico.
Adversa a isto Dna. Naná, esposa do Sr. Nonô, falou para ele: - Sai disso Nonô!
E assim foi o início do mandato do Sr. Nonô como Síndico do “Condomínio da Harmonia”.
Nos próximos artigos observaremos como o Sr. Nonô se saiu em seu desafio, conhecendo e analisando suas ações, e também vamos compará-las com as melhores práticas, e constatar os resultados destas ações.
Até lá!
Grande abraço!
Gilberto L Ferreira faz Assessoria, Gestão e Tecnologia para Condomínios.
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