Crivella x Momo: a discussão do Carnaval 2018 no Rio
Em tempos difíceis sócio-econômicos que vivemos hoje, a notícia do corte de verba para Escolas de Samba trouxe mais uma polêmica nesse mundo virtual das redes sociais, revelando mais uma vez a dificuldade de divergência de idéias, atualmente. De um lado os que são a favor do corte, dizendo que se o Estado e Município estão falidos, por que continuar injetando Milhões de dinheiro público que está em falta?
Do outro, os contrários a ideia por entenderem que tal evento traz muito mais benefícios do que prejuízo, que se trata de investimento pelo retorno que traz a cidade. Os mais radicais entraram na linha de intolerância, uns acusando o Prefeito pela sua religião, outros apoiando e dizendo que o carnaval precisa acabar por suas convicções religiosas.
Entendo que vivemos tempos de escassez de recursos, e sabemos que é fruto de má gestão e corrupção, a qual a cidade Olímpica paga o preço hoje. Porém, essa discussão não pode cair na linha religiosa, até porque não chegaremos em lugar algum.
O carnaval é uma festa cultural da cidade. onde a Prefeitura tem responsabilidades em prover e ajudar na organização. Contudo, seus organizadores não são públicos (Liesa), seus patrocinadores que ganham com suas marcas estampadas e venda de seus produtos (que o digam as cervejarias), além da TV que gera as imagens e fatura milhões nessa época, precisam sentar e definir responsabilidades.
O carnaval será mais uma parte da cidade que já sangra por falta de apoio financeiro. O que dizer de nossas escolas públicas, hospitais, servidores sem salários, violência.
O povo já está sangrando faz tempo, porém, quando a nossa indignação por um corte na escola de nossos filhos for maior, que corte a "nossa" escola de samba. As coisas podem começar a mudar.
Pastor Vinícius Vidal é líder da igreja Sara Nossa Terra em Sulacap