Juliana Manes - Veterinária
23 de fev de 2018
Quando o assunto é toxoplasmose, a primeira coisa que vem à cabeça é, sem dúvida, que a culpa é do gato... Mas se engana quem pensa que esta é a principal/única forma de contágio. O contágio indireto acontece devido à ingestão de carne contaminada com o agente transmissor. O gado, o porco e o frango, por exemplo, podem se contaminar e transmitir a doença por meio da carne contaminada, quando consumida mal passada.
Já o contágio direto pode se dar por meio da inalação do agente transmissor presente no solo, ingestão de alimentos/água contaminada, transfusão de sangue e transplante de pacientes contaminados, e por contato direto com as fezes secas (há mais de 4 dias no ambiente) de felídeos, pombos e roedores.
O gato contrai a infecção ao comer carnes cruas, ratos ou pássaros contaminados. Outros animais se infectam alimentando-se de pastagens contaminadas pelas fezes contendo o protozoário.
Com a domesticação e consequente redução do acesso à rua por parte dos gatos, somada ao aumento do uso de rações e diminuição da caça, a probabilidade de se contrair a doença através do contato com os bichanos é cada vez menor.
É possível realizar um exame simples de sorologia para detectar se o animal está infectado ou não e se a infecção é recente ou antiga. Este exame pode ser repetido a cada 6 meses ou anualmente de acordo com o estilo de vida do bichano e a avaliação do veterinário.
Alguns cuidados simples são importantes na prevenção desta e outras doenças:
1. Evite o contato com as fezes do animal, usando luvas ao lavar a bandeja sanitária e ao recolher as fezes;
2. Lave as mãos após manipular a bandeja sanitária do seu bichano;
3. Evite deixar seu gato/ cão com livre acesso à rua, pois o hábito de caçar pombos, outros pássaros e ratos pode contaminar seu peludinho com essa e com outras doenças;
4. Não dar carne crua a gatos e cães.
Tomando esses cuidados, o fantasma da toxoplasmose estará cada vez mais longe dos seus animais e da sua família!!!